São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 1997
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Pedido eletrônico chega à mercearia

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A EDI (Electronic Data Interchange), tecnologia utilizada para a troca eletrônica de informações entre empresas, está deixando de ser uma ferramenta utilizada apenas por grandes indústrias e atacadistas para se integrar ao pequeno comércio varejista.
Um projeto desenvolvido pelo Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo), em conjunto com a USP (Universidade de São Paulo) e com a Interchange, empresa especializada em soluções de EDI, está levando a pequenos mercados de bairro a mesma tecnologia disponível para redes de hipermercados.
O sistema permite que o pequeno varejista faça seus pedidos diretamente às indústrias, utilizando um microcomputador e um modem. Com isso, são reduzidos os prazos de entrega dos produtos e o custo com estocagem.
Atualmente, há 20 pequenas empresas varejistas em São Paulo utilizando o sistema, ainda em sua fase inicial. As estimativas são de que esse número chegue a 350 até o final de 1998.
Logística
Uma peça-chave dentro do sistema é a presença de um distribuidor logístico, que consolida todos os pedidos dos pequenos varejistas e faz as entregas em uma única remessa, reduzindo o custo do transporte dos produtos.
Segundo Juciane Torres, consultora da Interchange, a próxima fase do projeto será a informatização da emissão de notas fiscais dos pedidos e, posteriormente, o reabastecimento automático dos estoques do varejo.
"Esse programa acabou com as principais desvantagens competitivas do pequeno comércio: a dependência da visita de um representante comercial e a necessidade de comprar em grandes lotes", diz Osmar Aquino Moreira, proprietário do Mercadinho Santa Cruz, localizado no bairro Saúde, na zona Sul de São Paulo.
"Com a EDI, as entregas são feitas no máximo em 48 horas e os pedidos podem ser bem menores", diz ele.
Outra vantagem, aponta Moreira, é a flexibilidade de horários permitida pelo sistema. "Posso fazer meus pedidos do computador de casa, de madrugada ou em qualquer horário que esteja mais livre."
Moreira acha que o novo sistema deverá mudar a qualidade do relacionamento entre indústria e comércio. "Em vez de ficar brigando com o representante se compro mais ou menos uma caixa, posso discutir sobre o posicionamento do produto, estratégias de marketing e outras questões para as quais não havia tempo no sistema tradicional."
Para Moreira, o maior problema da adoção do pedido eletrônico é cultural, principalmente entre comerciantes mais antigos, resistentes ao uso da informática. "Mas é um caminho irreversível. Ou o pequeno varejo se moderniza ou ele morre."

Onde saber mais - Sincovaga, tel. (011) 224-8600; Interchange, tel. (011) 3067-2391

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