São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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PMDB quer ministérios antes de votação

LUIZA DAMÉ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), cobrou maior participação do presidente Fernando Henrique Cardoso na defesa da reforma administrativa.
Além de uma campanha de esclarecimento sobre a reforma, Temer afirmou que Fernando Henrique deveria definir a participação do PMDB no ministério antes de retomar a votação das propostas de mudança do relatório do deputado Moreira Franco (PMDB-RJ).
"É uma decisão do presidente, mas eu acharia útil escolher os ministros do PMDB antes da retomada da votação da reforma administrativa", disse Temer.
O PMDB deve ficar com os ministérios dos Transportes e da Justiça, que estão ocupados interinamente por Alcides Saldanha e Milton Seligman.
Temer e o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), apóiam os nomes dos deputados Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Eliseu Padilha (RS) para a Justiça e Transportes, respectivamente.
O Palácio do Planalto está analisando a possibilidade de transformação da Secretaria Nacional de Políticas Regionais em ministério. Esse cargo ficaria com um senador, possivelmente Renan Calheiros (PMDB-AL).
Indefinição
A avaliação de deputados do PMDB é que a indefinição na escolha dos novos ministros está prejudicando a votação da reforma administrativa. A demora está gerando insatisfação no partido e tumultuando as votações, na opinião dos parlamentares.
Na derrota do governo, na quarta-feira, 38 deputados do PMDB votaram contra ou deixaram de votar. Desses, 22 vinham apoiando o governo em outras propostas, como a reeleição. O governo não obteve 308 votos e foram derrubados pontos centrais da reforma.
O governo pretendia abolir o regime jurídico único e criar o contrato de emprego público.
As mudanças permitiriam a admissão de servidores para funções não exclusivas da administração pública, como faxineiras e motoristas, sem estabilidade.
Temer afirmou que outros pontos fundamentais da reforma -a quebra da estabilidade do servidor público, por exemplo- poderão ser mantidos se houver um trabalho mais eficiente de convencimento dos deputados.
"O governo deveria propagar mais a necessidade da reforma. Propagar no sentido de fazer propaganda mesmo", disse.
Hoje, Michel Temer vai se reunir com os líderes governistas para acertar a estratégia de mobilização da base para as votações da próxima semana.
O presidente da Câmara defendeu ontem o Congresso das críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, na quinta-feira da semana passada.
FHC afirmou que era vergonhoso o fato de a reforma administrativa estar sendo discutida há dois anos. "O papel do Executivo é ter pressa e o papel do Legislativo é apoiar, discutir e transformar as propostas do governo numa coisa boa", disse.
"O presidente faz essas cobranças para tornar mais ágil o trabalho do Congresso."

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