São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997 |
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Programa policial na TV é investigado
ANDRÉ LOZANO
Esses programas mostram imagens de policiais interrogando e revistando pessoas e, às vezes, entrando em casas de suspeitos. O promotor da Cidadania Clilton Guimarães dos Santos, 39, e a procuradora regional dos Direitos do Cidadão Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, 30, investigarão os programas "Rota do Crime", da TV Manchete, "Cidade Alerta", da Record, e "190 Urgente", da CNT/Gazeta. "Esses programas fazem apologia ao crime quando noticiam ser legítimo um PM arrombar a porta da casa de um cidadão e realizar uma prisão ilegal, sem autorização judicial. Isso representa uma violação do direito à imagem", disse a procuradora Luiza Cristina. "Os veículos de comunicação registram condutas imorais e ilegais da polícia, que acabam sendo passadas ao público como sendo normais", completou Santos. Idade Média "Nenhum cidadão pode ser submetido à execração pública, mesmo quando preso em flagrante. A execração pública é uma pena que existia na Idade Média e nas sociedade primitivas", afirmou a procuradora, ao se referir à cenas de prisão ou de revista de suspeitos. O inquérito civil irá ouvir os responsáveis pelos três programas e pessoas abordadas pela polícia. "Queremos apurar os responsáveis e estabelecer uma regra de comportamento, um nível ético aceitável. Não queremos fazer o papel de censores", disse Santos. O inquérito civil poderá resultar em ação civil pública, caso o promotor e a procuradora não consigam estabelecer, juntamente com os responsáveis pelos programas, regras de conduta "que respeitem os cidadãos". A ação civil pública é encaminhada à Justiça. A ação conjunta entre Ministério Público Estadual e Procuradoria da República é necessária, nesse caso, para agilizar a apuração. Texto Anterior: Chefe da Civil cai e acirra a crise na polícia Próximo Texto: Responsáveis negam desrespeito Índice |
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