São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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Trânsito de BH é considerado muito ruim

PAULO PEIXOTO

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Ombudsman recebe 22 mil reclamações

A população belo-horizontina considera o trânsito da cidade "muito ruim".
Essa é a conclusão do ombudsman da BHTRans, o sociólogo Paulo Rogêdo, que tem a função de ouvir a população da cidade e representá-la junto ao órgão gerenciador do trânsito e do transporte público da capital mineira.
"É uma avaliação muito negativa", disse ele, acrescentando que a população reconhece o esforço da BHTrans no sentido de buscar soluções para os problemas.
Segundo o ombudsman, o principal problema apontado pela população é a saturação do chamado hipercentro, com redução demasiada da velocidade dos veículos.
Esse problema, de acordo com ele, está relacionado ao traçado da cidade. "Estruturalmente, Belo Horizonte é difícil. Tudo converge para o centro, não há rotas alternativas. O sistema de ônibus está vencido e o metrô, que opera com pouca capacidade, só tem estações periféricas."
O ombudsman afirma que a avaliação da população expressa "é a matéria-prima" para a BHTrans mapear os problemas do trânsito.
Em 96, a Gerência de Atendimento ao Usuário da BHTrans recebeu cerca de 22 mil reclamações relacionadas com o trânsito. Esse número é considerado por ele pequeno -segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população da cidade é de 2.091.770 habitantes.
"Se a população tivesse realmente o hábito de se expressar, seria maior", afirma Rogêdo. "Mas também a nossa capacidade de receber chamadas é pequena."
Ele também destaca o fato de o maior número de reclamações ser feita por quem usa o carro. "Quem mais reclama é o pessoal do carro. O pessoal do ônibus é mais fatalista", disse.
Heloísa Maria Barbosa, professora da área de transportes da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, disse que a situação do trânsito de Belo Horizonte é "bem caótica".
Segundo ela, os deslocamentos na região central são muito demorados e "a tendência é piorar mais", já que a frota de carros aumenta. Para ela, principal alternativa par o problema é investir no transporte público.

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