São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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Consumo se desacelera no final de abril

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ritmo de consumo está se desacelerando neste final de mês, apesar da proximidade do Dia das Mães -o segundo melhor período de vendas do ano, depois do Natal.
Neste mês, o faturamento de algumas lojas chegou a cair até 8% na comparação com março e com abril do ano passado. Principais motivos: altas taxas de inadimplência e desemprego.
"A venda está enfraquecendo desde o início de abril. A expectativa é que o Dia das Mães reverta essa situação", diz Ruy Nazarian, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo.
Nos cálculos do sindicato, a queda do faturamento do comércio neste mês varia entre 7% e 8% tanto na comparação com março deste ano quanto com abril de 1996.
A Lojas Cem, rede com 64 pontos-de-venda, informa que está faturando neste mês 4% a menos do que em março e do que em igual mês de 1996, quando considera o mesmo número de lojas.
"Estou surpreso. A queda do consumo se acentuou a partir da segunda quinzena de abril", diz Natale Dalla Vecchia, diretor.
Para ele, o que pode estar acontecendo é que os consumidores estão deixando para a última hora a compra de presentes para as mães.
"Eles sabem que os preços estão em queda e que não há falta de produto. Assim, estão tranquilos para postergar as compras."
A Associação Comercial de São Paulo também verificou um arrefecimento das vendas.
No final de semana, o número de consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), que mede a venda a prazo, caiu 7,6% sobre o anterior. O número de consultas ao Telecheque, termômetro da venda à vista, caiu 2,6% no período.
Para Emílio Alfieri, economista da associação, esses números mostram que o Dia das Mães ainda não surtiu efeito.
No acumulado do mês (do dia 1º a 27 de abril), no entanto, as consultas ao SPC continuam 40,8% maiores do que as de igual período do ano passado e 3,4% superiores às do mês passado.
No Telecheque, o número de consultas neste mês subiu 19,8% sobre o de igual período de 1996. Na comparação com março, porém, já se registra queda de 2,7%.

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