São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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G-7 deixa o mercado de câmbio nervoso

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O nervosismo tomou conta ontem do mercado internacional de moedas devido às declarações no final de semana do G-7 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo).
Nas primeiras horas de negócios em Nova York, o dólar caiu com relação ao marco alemão e ao iene japonês, depois de registrar forte alta nos mercados asiáticos.
O que trouxe instabilidade ao mercado internacional de câmbio foram as declarações do ministro das Finanças do Japão, Hiroshi Mitsuzuka, e do secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, que se disseram preocupados com a atual paridade entre as moedas.
Nos últimos meses, o dólar registrou expressiva valorização com relação às principais moedas com trânsito internacional, especialmente a japonesa e a alemã.
O receio dos membros do G-7 é que essa mudança no preço relativo do dólar produza estragos nas balanças comerciais dos países.
Para o representante do Japão, o iene enfraquecido impede que o país aumente sua taxa de crescimento e reduza o superávit comercial que tem com os EUA.
No meio da tarde, no entanto, o dólar reagiu e voltou a subir, no mercado nova-iorquino, sendo cotado a 1,73 marco, contra 1,7275 no fechamento de sexta-feira.
Com relação à moeda japonesa, o dólar norte-americano chegou a ser cotado a 126,75 ienes, sendo que nos mercados asiáticos a cotação fechou a 127,10.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) também se manifestou sobre o mercado internacional de câmbio, afirmando que pretende modificar seus estatutos para facilitar o movimento de capitais entre os países.
Segundo analistas, o mercado ficou dividido em relação a que medidas podem vir a ser tomadas, o que explicaria a volatilidade que tomou conta dos negócios.
"As declarações são suficientemente vagas para deixar a porta aberta a uma possível intervenção (para frear a alta do dólar)", disse Guilherme Estébanez, analista do BankAmerica. Para outros, as declarações por si só devem frear.
O que pode atrapalhar esse movimento é uma eventual nova alta dos juros norte-americanos, o que aumentaria a demanda por dólar, e voltaria a inflar os preços no mercado internacional.
As declarações do final de semana vão em um mesmo sentido: os governos acreditam que a relação entre as moedas deve refletir os fundamentos macroeconômicos das economias.
Para o presidente do Bundensbank (o banco central alemão), Hans Tietmeyer, no entanto, isso já está ocorrendo. "Tenho a impressão que as taxas de câmbio são apropriadas e refletem os aspectos fundamentais das economias", afirmou.

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