São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresas americanas investem em programas comunitários

USA Today
de Arlington

DO "USA TODAY"

A Shell americana paga para seus advogados enforcarem o trabalho -70 deles participam de um programa para construir floreiras em prédios de apartamentos para pessoas de baixa renda em Houston (Texas, sul dos EUA).
As lojas Noah's dão um dia de folga para seus funcionários pintarem abrigos para pobres. Uma grande financeira gastou US$ 1 milhão promovendo um encontro de executivos em San Francisco, em que eles trabalharam na construção de casas e reforma de escolas em bairros pobres.
E esse número está crescendo tanto que seria de se esperar elogios de ativistas sociais ou reclamações dos acionistas contra essa utilização dos recursos da companhia. Mas mesmo antes do Encontro dos Presidentes pelo Futuro da América, iniciado no domingo em Filadélfia, essas empresas admitiram que os programas sociais são úteis não apenas para a comunidade, mas também para os negócios.
Uma pesquisa realizada este ano mostra que 76% dos 2.000 consumidores ouvidos estão dispostos a mudar de marca para comprar aquelas que se preocupam com os problemas da comunidade. Outros estudos mostram que os funcionários que participam como voluntários de algum projeto que consideram importante ficam mais realizados e mais motivados no trabalho.
As empresas estão particularmente interessadas nos projetos em que um grupo de seus funcionários trabalha unido, o que reforça o espírito de equipe.
Os acionistas raramente se queixam desses programas voluntários. Eles sabem que as boas obras são lembradas não apenas pelos consumidores, mas também pelas autoridades. Assim, por exemplo, a boa imagem de uma empresa que mantém um programa de alfabetização para crianças de minorias étnicas pode ser útil no caso de um processo judicial por discriminação racial.
Por isso, muitos ativistas desconfiam dessa filantropia estratégica. As empresas se defendem, argumentando que, se o único objetivo dos programas sociais fosse propaganda, eles não funcionariam. Nem os funcionários nem os consumidores se deixariam enganar. Tanto assim que as empresas resistem à pressão dos acionistas para que os programas sociais recebam publicidade.

Texto Anterior: Gene pode estar ligado a distúrbio
Próximo Texto: França ganha nova revista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.