São Paulo, terça-feira, 29 de abril de 1997
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Major apela por união do Reino Unido

Tony Blair mantém favoritismo

PAULO HENRIQUE BRAGA
DE LONDRES

O premiê do Reino Unido, John Major, fez ontem um apelo para que os eleitores "salvem a união" do país mantendo-o no cargo.
Major concentrou sua campanha na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, para mostrar seu esforço de evitar que uma vitória trabalhista "desmantele" o país.
"Percebam o que está em jogo. A história e o futuro da Escócia e do resto do Reino Unido", disse o premiê durante discurso em Edimburgo (Escócia).
O manifesto do Partido Trabalhista, que é o favorito absoluto para vencer a eleição de quinta-feira, propõe a criação de dois miniparlamentos, na Escócia e no País de Gales. Major diz que isso seria o primeiro passo para o separatismo e, consequentemente, o enfraquecimento do país.
O líder trabalhista, Tony Blair, pediu ontem aos militantes de seu partido que não cantem vitória antes do tempo. Ele enviou uma circular a todos os parlamentares pedindo empenho máximo na reta final da campanha.
Se Blair vencer, encerrará um período de governo conservador iniciado há 18 anos pela "Dama de Ferro", Margaret Thatcher.
Desde que assumiu a liderança dos trabalhistas, há três anos, Blair conduziu o partido para o centro na tentativa de conquistar votos junto à classe média.
O temor dos trabalhistas e a esperança dos conservadores é justificada. Pesquisas indicam que cerca de 25% do eleitorado ainda está indeciso ou pode mudar de opinião até o dia da eleição.
Hoje e amanhã, Blair vai concentrar seus esforços de campanha em distritos onde os trabalhistas têm uma vantagem precária em relação aos conservadores.
Europa De volta a Londres, no início da noite, Major fez um discurso inesperado em frente ao Big Ben, perto do Parlamento britânico.
Ele voltou a tocar na questão européia, uma das esperanças dos conservadores de conquistar o voto dos indecisos.
No estágio final da campanha, o primeiro-ministro está investindo no medo que os britânicos têm de verem suas instituições engolidas por um super-Estado europeu.
Major afirmou que se Blair for o primeiro-ministro, a cúpula dos líderes da União Européia, em 15 de junho, será um "leilão holandês dos direitos britânicos".
Segundo o premiê, a assinatura das cláusulas sociais do tratado da UE "vai abrir o portão para regras européias, destruindo nossos empregos". Um dos compromissos do Partido Trabalhista é aderir às cláusulas sociais, ampliando os direitos trabalhistas.
"Vamos proteger os interesses britânicos e não vamos nos render à União Européia", afirmou o primeiro-ministro.

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