São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 1997
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Entenda a punição ao ex-presidente

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em outubro de 1994, José Eduardo Mesquita Pimenta, presidente do clube até seis meses antes, teve seu cargo de conselheiro cassado pelo Conselho Deliberativo do São Paulo numa sessão secreta.
Pimenta havia presidido o clube entre 1990 e 1994, período em que o clube conquistou seus principais títulos no futebol, o bicampeonato da Libertadores da América e o bicampeonato mundial de clubes, em 1992 e 93.
Uma votação secreta considerou lesivo ao clube o contrato de cessão de direitos de imagem do clube que Pimenta assinara no fim de sua gestão com a SP Sports, empresa criada meses antes da assinatura do contrato.
A votação foi realizada em meio a um escândalo que indicava que Pimenta tinha exigido dinheiro da venda dos jogadores do clube ao exterior.
Essas suspeitas tornaram-se públicas quando foi divulgada uma fita gravada pelo empresário de futebol Francisco Monteiro (Todé). Mas a fita não foi discutida pela reunião do conselho.
O conselheiro e advogado Ives Gandra Martins, principal articulador da volta de Pimenta, sustenta, com base em dois laudos, que a fita foi montada com má-fé e que os contratos que causaram a cassação de Pimenta foram considerados não-lesivos ao clube por uma auditoria.
Com base nisso, Martins, cérebro da facção de conselheiros chamada Clube da Fé, quer que o conselho reavalie o caso e absolva Pimenta.
O laudo, do Instituto de Fonética Forense da Unicamp, diz: "Tudo indica que houve algum tipo de manipulação do conteúdo original dos diálogos".
Os adversários da reabertura do caso dizem, entretanto, que a fita não foi objeto de julgamento pelo Conselho. E que a auditoria não é capaz de estabelecer se o clube está recebendo o que ele vale no mercado.
A atual administração renegociou esse contrato, diminuindo seu período de validade.
(MD)

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