São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Covas prepara pacote de investimento em 98

IGOR GIELOW
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo paulista prepara um pacote de investimentos para o ano que vem, quando haverá eleição -e, provavelmente, uma candidatura do governador Mário Covas (PSDB) no caso de a reeleição ser confirmada pelo Senado.
O primeiro sinal foi dado ontem. O governo entregou seu projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) à Assembléia Legislativa.
Novos investimentos são privilegiados pelo projeto.
"Dá para dizer que, já neste ano, pretendemos mais que dobrar os investimentos", disse o secretário de Planejamento, André Franco Montoro Filho. O valor final pode superar R$ 1,6 bilhão em 98.
No ano passado, o governo investiu R$ 430 milhões, valor considerado por Montoro Filho insuficiente. "Agora, só em habitação, deveremos ter R$ 500 milhões no ano que vem."
A LDO prevê 120 mil entregas de casas em 98, além de 65 mil novas construções.
O dinheiro para isso virá da proposta de prorrogação de uma lei de 1989 que aumentou de 16% para 17% a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) destinada à habitação.
Mesmo com problemas na arrecadação em 96, São Paulo quer obter R$ 17,5 bilhões este ano.
A habitação é a ponta mais visível do plano de Covas, e sua face que garantirá a aprovação do Legislativo. O também tucano Paulo Kobayashi, presidente da Assembléia, que ontem recebeu a LDO, resume: "A Casa gosta muito mais de um projeto com propostas palpáveis como este".
Em outras palavras, os deputados estaduais, em ano de eleição, vão disputar indicações para a construção de casas populares em suas regiões.
"Não há dúvidas que a habitação terá peso grande no ano que vem", afirmou o líder do PT na Casa, José Baccarin.
Reeleição
Montoro Filho não nega o componente político e vai além. Para ele, essa é a primeira LDO dentro do cenário da reeleição. "Acho que o governador Covas será candidato, se houver mesmo reeleição, e o povo o aprovará", disse.
Kobayashi crê que a reeleição racionalizou o próprio Orçamento, que é entregue em setembro a partir da LDO aprovada. "Não temos aquela pressa toda", afirmou.
A educação e a segurança pública, temas que deram dor de cabeça para Covas neste ano, não têm grande destaque no projeto do governo. Já a área de saúde está bem servida de promessas, assim como saneamento e transporte.
As metas para saneamento são ambiciosas. "Queremos 100% de água tratada e esgoto em 85% dos lares", disse Montoro Filho.
Segundo o secretário, haverá investimento na ordem de R$ 1,5 bilhão em obras da Sabesp. Os trens metropolitanos, ponto crítico com depredações neste ano, terão um acréscimo de 55 composições.
O Metrô e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) deverão receber injeção de R$ 3 bilhões até 1998.

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