São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Em SP, 29% dos adultos são a favor

DA REPORTAGEM LOCAL

Pesquisa Datafolha feita com 635 adultos da cidade de São Paulo revela que 29% são a favor do trabalho antes dos 14 anos. A maioria (61%) é contra.
A pergunta feita pelos pesquisadores explicitava que a Constituição veta o trabalho antes dos 14 anos. Também enumerava os argumentos pró (seria melhor trabalhar do que ficar na rua em más companhias) e contra (a ocupação precoce prejudicaria o desenvolvimento da criança).
O resultado mostra que, quanto maior a necessidade econômica, mais os adultos defendem o trabalho antes dos 14 anos.
Entre os que têm renda familiar mensal menor que 10 salários mínimos, 33% são favoráveis ao trabalho de crianças. O número cai para 20% quando a renda ultrapassa os 20 salários mínimos.
O maior índice dos que são favoráveis se dá entre os que têm só o 1º grau e têm mais de 41 anos (37%). São simpáticos à idéia as mulheres (30% contra 28% dos homens), os negros (35%) e os que ganham menos de dez mínimos (33%).
Paulistanos que passaram por curso superior formam o maior contingente dos que são contra o trabalho antes dos 14 (73%).
Entre os entrevistados, 5% dizem ter em casa um menor de 14 anos que trabalha. O percentual é maior entre os que têm 26 e 40 anos (7%) e entre negros (6%).
No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feita em 1995, contabilizou 3,8 milhões de crianças entre 5 e 14 anos inseridas no mercado de trabalho. Elas representam 11,24% do total de crianças nessa faixa etária.
O número de crianças que trabalham está em queda no país. A PNAD de 1993 apontava a existência de 4,5 milhões de crianças trabalhadoras entre 5 e 14 anos.
A maior concentração está na região Nordeste (46,2%). A agricultura é o setor que mais emprega crianças: 55,1%.

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