São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997
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Aquecimento é localizado, mostra Fiesp

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento da indústria paulista é acelerado para alguns poucos setores. O destaque sem dúvida é o de material elétrico e de comunicações, fornecedor da indústria de eletroeletrônicos, que acumula crescimento de 40,4%.
Essa é uma das conclusões dos indicadores divulgados ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na pesquisa mensal que procura medir o ritmo de atividade industrial do Estado de São Paulo.
O índice relativo às vendas dos fabricantes de material elétrico e de comunicações reforça segundo a qual se o governo optar por frear o ritmo de atividade adotará medidas pontuais, especialmente no caso do financiamento das vendas de itens eletroeletrônicos.
Em outros casos, o desempenho é bem mais modesto, sempre na comparação entre as vendas reais dos períodos de março de 96 a fevereiro de 97 com as vendas de março de 95 a fevereiro de 96, usada pela Fiesp.
É o caso, por exemplo, das empresas do setor de metalurgia, cujas vendas reais cresceram apenas 3,1% nessa comparação. Já a indústria de material plástico cresceu 4,3%, enquanto a têxtil registrou crescimento de 8,2%.
Na contramão vai o faturamento das indústrias paulistas de alimentos, com as vendas reais no período recuando 5,3%.
Nesse caso, segundo a Fiesp, o resultado indica que houve, na média, uma queda dos preços reais desses produtos.
Para o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Boris Tabacof, a equipe econômica já deu sinais de que não pretende frear o ritmo da economia porque ainda não está claro se essas medidas são mesmo necessárias.
"Há informações conflitantes e uma grande dispersão dos números", avalia Tabacof.
Para ele, não é claro nem mesmo o efeito de medidas pontuais sobre a economia como um todo.
Isso porque é difícil, inclusive para o governo, saber qual o "efeito multiplicador" sobre o ritmo de atividade dos demais setores, diz.
No resultado agregado da pesquisa, o nível de atividade da indústria paulista recuou 1,1%, com relação a fevereiro, mas ainda é 3,9% maior que de março de 96.
Pelo mesmo critério, as vendas da indústria cresceram 8,3%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação no período.
A pesquisa indica ainda que a produtividade da indústria está crescendo. Isso porque aumentou o faturamento, mas o pessoal ocupado em março é 4,7% menor que o fevereiro. E a utilização da capacidade instalada passou de 77,0%, em fevereiro, para 79,5%.

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