São Paulo, quinta-feira, 1 de maio de 1997 |
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William Andem está em casa no Bahia
FÁBIO VICTOR
Tranquilo, o ovacionado em questão, o goleiro camaronês William Andem, 28, dirige-se para a sua meta e agradece com um aceno a homenagem. Há apenas três meses no Bahia, Andem já caiu nas graças da torcida tricolor. O apelido, dado pelos colegas de time e imediatamente incorporado pela galera, deve-se à sua semelhança com o dançarino do grupo "É o Tchan" (o mesmo da loura Carla Perez). Apesar do pouco tempo na Bahia, o Brasil não é novidade para Andem. Ele chegou ao país há mais de três anos, comprado pelo Cruzeiro ao Union Douala, de Camarões, por US$ 200 mil. Está no Bahia por empréstimo, até o final do ano, numa troca que envolveu o goleiro Jean. Alguns fatores têm ajudado Andem a sentir-se em casa na Bahia. O primeiro deles são as inúmeras afinidades culturais existentes entre Salvador e sua Douala natal -a capital econômica de Camarões. "O clima é bem parecido com o de meu país, as comidas, a música e as pessoas também. A Bahia tem a cara de Camarões", compara. Apreciador da culinária baiana, destaca a moqueca de peixe e a mariscada como suas iguarias favoritas. Quanto ao acarajé, quitute normalmente associado à Bahia, Andem afirma preferir o que a sua mãe faz, lá em Camarões. Mais do que o ambiente familiar que encontrou em Salvador, o que tem dado tranquilidade a Andem é o fato de poder, como titular, estar mostrando o seu futebol. Enquanto esteve no Cruzeiro, foi reserva do goleiro Dida. Atuava apenas nos jogos em que o titular servia à seleção brasileira, ou quando este estava machucado. "Agora, que estou pegando a sequência de jogos, estou muito bem", diz Andem -que, em 1996, chegou a ser titular da seleção de seu país, durante a Copa da África. Neste ano, em 16 jogos pelo Bahia, sofreu 13 gols -média de 0,81 por partida. Negão Os jogadores do Bahia se desmancham em elogios a Andem. "É um goleiro excepcional. É forte, seguro e passa seriedade ao seu sistema defensivo", declara o meia Bobô, que tem a sua versão para a boa adaptação de Andem à atmosfera baiana. "Acho que o que está ajudando-o a se integrar é o fato de estar cercado de negão." Texto Anterior: Seleções tradicionais vencem e ficam próximas da Copa de 98 Próximo Texto: Personalidade reservada impõe respeito ao time Índice |
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