São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997
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Globo e tudo

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Este mês deve entrar no ar o canal de notícias da Abril, com imagens do SBT, entre outras. Expressivo que estréie quando a Globo News começa a se firmar.
O início da Globo News, criada à semelhança da CNN (ou da CNN Headline News, que atualiza noticiário a cada meia hora), confundiu-se em deficiências técnicas. Nada de padrão de qualidade.
Mas as últimas tragédias e revoltas nacionais mostraram um canal ativo, mesmo com a deficiência persistente. Entra antes ou concorre em tempo com Band e a própria Globo. Sobretudo, é mais extensiva, aprofundado, restando quase imprescindível.
E dá sinais de uma cultura própria, como ontem, no mais emocionado retrato da morte de Paulo Freire.
Buscou nos seus arquivos bela entrevista com "o homem que viveu décadas sem perder a esperança".
Lá estava a melhor frase do educador, ontem:
- Gostaria de ser lembrado como um sujeito que amou profundamente o mundo, e as pessoas, os bichos, as árvores, as águas. A vida.
Enquanto isso, a Globo "mãe" recorria a entrevistas do educador à TV PUC.
O canal de notícias da Abril vai ter que mostrar serviço, na concorrência que promete.
*
Globo, Globo News e CBN. Em rede aberta, TV a cabo ou cadeia de rádio, a Globo ergue nos anos 90 uma cobertura do poder como jamais teve.
Mais que nunca, explica-se o bordão da temporada: "Quem tem Globo tem tudo." Desejo de monopólio.
*
Em meio à luta pela Vale estatal, Leonel Brizola surge inesperada e comicamente em comercial de sapato.
E Vicentinho em comercial do governo FHC, aliás, com mensagem das mais positivas, contra a Aids. Mas o bordão publicitário de FHC está lá: "Brasil em Ação."
Esquerda sem preconceito.

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