São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prefeitura ameaça trocar empresa de lixo

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo está ameaçando abrir licitação para contratar novas empresas que ficariam responsáveis pela varrição das calçadas e coleta do entulho.
O objetivo é melhorar a qualidade do serviço que, segundo o secretário municipal das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, hoje "está muito ruim e abaixo do esperado".
"Ando nas ruas e o que eu vejo é que as calçadas estão sujas. Na coleta, as empresas estão fazendo um bom trabalho, mas no resto, não", disse o secretário Savelli.
Hoje, todo o serviço de coleta domiciliar, industrial, de entulho e varrição é feito por quatro empresas contratadas (CBPO, Vega-Sopave, Cavo e Enterpa). Um dos contratos -de varrição e coleta de entulho- venceu no dia 30 de março e ainda não foi renovado.
As empresas pedem que a prefeitura faça um aditamento do contrato e ainda conceda um reajuste de 6,8% no valor repassado. Mas a prefeitura reage alegando falta de qualidade. "Eles não estão dando conta do serviço. Estamos estudando que solução jurídica adotar", disse ontem Savelli.
Procurado pela Folha ontem, o presidente do sindicato das empresas (o Selur), Augusto de Carvalho Alves, não foi encontrado.
Lixeiros
Por causa desse impasse -que deve ser resolvido na próxima terça-feira, quando o prefeito Celso Pitta se reúne com as empresas- os lixeiros estão com medo de que acabe sobrando para eles.
Se as quatro empresas perderem o serviço de varrição e coleta de entulho da cidade, cerca de 2.000 garis correm o risco de ser demitidos. Por isso, eles já começaram a se organizar e, na véspera do Dia do Trabalho, promoveram uma paralisação de um dia.
Ontem, o presidente do sindicato da categoria (o Siemaco), José Moacyr Pereira, se reuniu com o prefeito Celso Pitta e pediu que, qualquer que seja a decisão da prefeitura, ela encontre uma fórmula de evitar demissões.
Pitta assegurou que não haverá dispensa de pessoal e que, se for necessário, a prefeitura poderá até fazer contratações de emergência. "Não faremos greve ou paralisações. O prefeito deu a sua palavra e vamos esperar que ela se cumpra", disse Moacyr Pereira.
Ele e o presidente da Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado de São Paulo, Roberto Santiago, também presente à reunião, negaram que estejam ameaçando greve para ajudar os donos das empresas a pressionar a prefeitura.
"Só estamos preocupados com as demissões. Não faremos greve politicamente correta ou incorreta. Apenas queremos que ninguém perca o emprego", disse Santiago.

Texto Anterior: Intoxicados em MG chegaram a 712
Próximo Texto: Entenda o impasse do lixo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.