São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997 |
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Crédito ao consumidor fica mais caro
SÉRGIO LÍRIO
O IOF é recolhido a cada operação de crédito realizada por uma instituição financeira. A medida -anunciada no meio de um feriado e nas vésperas do Dia das Mães- tem o objetivo de conter o crescimento do crédito ao consumidor, que vinha subindo constantemente e preocupava a equipe econômica. Todas as modalidades de financiamento a pessoas físicas serão atingidas, entre elas cheque especial, cartão de crédito, factoring e compras a prazo. Com o aumento, o custo efetivo de uma operação hipotética de quem pega R$ 100 para pagar R$ 120 sobe de 29% para 46%, segundo cálculos do presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola. O impacto da elevação do IOF será maior sobre os financiamentos entre seis e 12 meses. Compras com prazos menores ou maiores sofrerão menos, disse Loyola, porque o impacto do reajuste do imposto será diluído. Equilíbrio interno Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, o aumento do IOF não tem relação com o déficit da balança comercial, que pode chegar a US$ 12 bilhões neste ano. "O aumento terá pouco impacto sobre a balança. Esse reajuste foi decidido para reequilibrar as fontes de demanda de consumo internas", afirmou. Ele descartou a adoção de novas medidas, como limitar o prazo dos parcelamentos ou restringir o uso de cartão de crédito no exterior. Mendonça de Barros disse que a intenção do governo é fazer com que o país entre em uma fase de desenvolvimento sustentado. "Não estamos achando que o aquecimento da economia esteja excessivo", disse. Loyola classificou a medida de preventiva. "É melhor agir com antecedência que tomar medidas mais rigorosas e violentas no futuro", disse. O anúncio do aumento foi feito ontem para coincidir com a assinatura, pelo presidente FHC, do decreto que regulamenta o IOF. Na segunda-feira, o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, dará detalhes do decreto assinado pelo presidente, já que este envolve mudanças tributárias, segundo Gustavo Loyola. LEIA MAIS sobre IOF e balança comercial nas págs. 2-3 e 2-4 Próximo Texto: Alvo são os eletroeletrônicos Índice |
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