São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997
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Por detalhes

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

É incrível, mas já é possível perceber algumas reticências nos italianos em relação a Schumacher. Para alguns, por exemplo, ele poderia ter forçado um pouco mais Frentzen naquelas voltas finais em Imola.
Só esqueceram de notar que a melhor volta do bicampeão na corrida foi a 61ª -de um total de 62. Nessa hora, Frentzen tinha tirado o pé, a despeito da equipe, para poupar os freios, seu pesadelo na abertura do Mundial, em Melbourne.
Schumacher antecipara o dilema de Frentzen e o forçou, apesar de já não crer mais ganhar a corrida, que havia sido decidida na primeira rodada de pits, quando o antigo rival entrou por último, com a vantagem obtida em duas competentes voltas limpas.
Schumacher, na verdade, forçou tudo o que a Ferrari lhe permitiu e só poderia superar Frentzen se ele falhasse -vã ou profissional esperança, já que o compatriota só vacilou, naquele dia, na largada.
Detalhes que passaram batido nos apaixonados relatos italianos, mais interessados, obviamente, em resultados práticos, vitórias e títulos, do que em nuanças de corrida.
Mas, por enquanto, essa é a realidade da temporada: são os detalhes que estão fazendo a diferença.
Uma Williams inferior tecnicamente à do ano passado, que, em oito chances, falhou três (muito para a dupla Williams/Head).
E uma Ferrari que cresce, apesar do chassi errático, mas que ainda depende do fracasso alheio.
Um equilíbrio instável e mais tênue que o encontrado no resto do grid, onde acontece um verdadeiro pega-pra-capar promovido, em parte, pela Bridgestone, em parte pelos fiascos de Benetton e McLaren.
E que está fazendo de 1997 um ano bem mais promissor para a F-1. E que ficará ainda melhor se as apertadas ruas de Mônaco aprontarem mais uma vez.

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