São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997 |
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Grêmio lucra para 'eternizar' torcedores
LÉO GERCHMANN
São 36 mil espaços de 20 centímetros quadrados para serem preenchidos por lajotas de 15 centímetros quadrados. As lajotas são colocadas sobre um ladrilho hidráulico, e as letras dos nomes são de cerâmica. O local continuará sendo um passeio. O nome do torcedor, em letras maiúsculas, fica estampado no estádio durante cinco anos, renováveis por mais cinco, e assim por diante. As renovações custarão R$ 32,00 -um terço do valor inicial. Atentado Se o clube conseguir vender os 36 mil espaços, arrecadará R$ 3,4 milhões, o preço que custou, por exemplo, a venda do passe do meia Arílson -hoje emprestado ao Inter-RS- para o Kaiserlautern, da Alemanha, no ano passado. A idéia surgiu em Atlanta (EUA), quando foram inscritos, lado a lado, nomes de pessoas em 360 mil lajotas espalhadas pelo parque onde ocorreu o atentado a bomba que marcou a Olimpíada de 1996. O empresário Jaime Sviroski, torcedor do clube e proprietário da JS Participações, estava na Olimpíada quando ocorreu o atentado e resolveu colocar em prática a iniciativa em solo gaúcho. A "Calçada do Torcedor Gremista" já vendeu 1,5 mil lajotas em apenas uma semana. Há, entre os nomes emoldurados, torcedores que vão desde o presidente do clube, Luís Carlos Silveira Martins, o "Cacalo", passando pelo governador do Estado, Antônio Britto (PMDB), até cerca de dez gremistas já mortos, a quem as viúvas fizeram questão de presentear postumamente. "Nós estamos sempre cheios de idéias, que podem ser originais ou copiadas de alguma iniciativa bem-sucedida", disse o vice-presidente de marketing do Grêmio, Daniel Tevah. No caso da calçada, explicou ele, um espaço nobre do estádio foi aproveitado, beneficiando tanto o clube, que arrecada, quanto o torcedor tricolor, que inscreve o seu nome no Olímpico. Segundo Tevah, alguns fatores foram decisivos para colocar em prática a idéia da calçada. Em primeiro lugar, o fato de o Grêmio ter um estádio particular de grandes dimensões, o que é raro mesmo para os grandes clubes brasileiros. Em segundo, destaca o dirigente, o orgulho que o torcedor tem de ser gremista, devido aos títulos que a equipe tem acumulado nos últimos anos. Texto Anterior: Segundo pelotão; Rio 400; F-3000 Internacional Próximo Texto: Brasil esportivo Índice |
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