São Paulo, sábado, 3 de maio de 1997
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Antibióticos; Serviço relevante; Venda da Vale; Motivo; Triste fama; Ataque gratuito

Antibióticos
"Sobre o editorial 'Bom senso com bactérias' (28/4): a discussão em torno dos antibióticos surgiu com a realização de um estudo teórico por parte do Gema -Grupo de Estudos sobre Medicamentos Antibióticos do Ministério da Saúde.
Foram listadas contra-indicações ao uso de associações medicamentosas no caso de antibióticos. Não foram realizados pelo Gema testes clínicos que comprovem as suas teses teóricas.
Os remédios arrolados pelo Gema obtiveram licenças de comercialização concedidas pela Secretaria Nacional da Vigilância do Ministério da Saúde, o que exige que tenham sido analisados do ponto de vista clínico. São continuamente receitados pela comunidade médica e não há notícia de que tenham produzido malefícios a alguém.
Os laboratórios fabricantes recorreram à Justiça, quando foram solicitados a demonstrar a pertinência científica das associações, lançando mão do pressuposto legal de que a ação encetada pelo Ministério da Saúde deveria ser precedida pela realização de testes clínicos que comprovassem a veracidade da tese teórica elaborada pelo Gema.
Se houvessem sido realizados os testes clínicos, era forçoso que os laboratórios providenciassem a contraprova. Como não foram realizados os testes, as empresas ampararam-se em seu direito legal e democrático de recorrer à Justiça. Assim sendo, os laboratórios estão aguardando a decisão soberana da Justiça para orientar a sua ação.
O que realmente coloca em risco a saúde da população é a falta de fiscalização, por parte do governo, que com sua omissão enseja a proliferação da automedicação e a execrável prática da 'empurroterapia'.
Não será criando mais uma classe de medicamentos com receita retida que se resolverá essa questão."
José Eduardo Bandeira de Mello, presidente da Abifarma -Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (São Paulo, SP)
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"Sobre o editorial de 28/4, que abordou a comercialização indiscriminada de antibióticos, o Conselho Regional de Farmácia da Paraíba vem esclarecer que desde o ano passado solicitou ao senador Humberto Lucena a criação de um projeto de lei para que a venda desses medicamentos passe a ser controlada com os mesmos procedimentos adotados em relação aos psicotrópicos e entorpecentes, por meio da retenção dos receituários e a inscrição dos mesmos em livro especial.
O CRF/PB foi informado em 25/4, pela assessoria do senador, que ele já apresentou projeto no Senado, e que cópia do mesmo já se encontra à disposição da entidade. Há anos o Conselho da Paraíba denuncia o consumo indevido de antimicrobianos por meio da 'empurroterapia' nos balcões de farmácias e da automedicação.
Aproveito a oportunidade para agradecer o oportuno editorial."
Glícia Virginia Lopes da Silva, presidente em exercício do Conselho Regional de Farmácia da Paraíba (João Pessoa, PB)

Serviço relevante
"A Folha prestou serviço de enorme relevância para toda a sociedade brasileira (cidadãos e governantes) com a ousada investigação jornalística publicada sob o título 'Infância roubada' (1º/5), em caderno especial.
A exploração da mão-de-obra infantil é um crime que envergonha a humanidade e deveria causar ainda maior indignação ao nosso país.
Gostaríamos de parabenizar a Folha pela inclusão, entre os tópicos abordados, do trabalho de crianças que é utilizado por quase todos os grandes jornais brasileiros.
Esperamos que a ANJ (Associação Nacional de Jornais) promova urgente debate entre seus associados e que a imprensa possa tornar-se ainda mais livre para denunciar -dando, ela própria, um exemplo já tardio."
Geraldinho Vieira, diretor-executivo da Andi -Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Brasília, DF)

Venda da Vale
"Sobre a resposta da Folha para a carta de Fábio Konder Comparato ('Painel do Leitor', 30/4) que comenta editorial a respeito da venda da Vale do Rio Doce: inacreditável o teor dos itens 1 e 2! A defesa conferida ao presidente faz deduzir que a Folha agora é o seu advogado!
Mas, pensando melhor, o ombudsman e Clóvis Rossi, ao emitirem suas opiniões pessoais, já sinalizavam esse editorial (ou há mais alguém?).
Felizmente, como demonstra o artigo de 30/4, o sr. Janio de Freitas está garantindo o oxigênio ao cérebro da Folha, mas não ameniza a decepção.
Não fosse ele, estaria comprometida a seriedade deste jornal, na parte sobre política. Entretanto, sempre é tempo de perceber um erro e consertá-lo, pois o Brasil não pode dispensar a ajuda da Folha."
Florisbela Maria Guimarães Nogueira Meyknecht (Suzano, SP)
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"A insistência com que o governo Fernando Henrique vem procurando vender a rica Vale só tem igual na complacência que ele também tem mostrado em assumir dívidas de banqueiros falidos.
Continuando assim, corre o risco de ser conhecido como um governo que vende o que vale e compra o que não vale..."
Rafael Tramm (São Paulo, SP)
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"A Vale do Rio não é doce ou salgada. É simplesmente insossa para a maioria dos brasileiros. A Vale tem sua valia em seus minerados vales e montanhas, valor que pertence também a milhões de desvalidos que nunca receberam um mísero vale da Vale.
A Vale é válida para seu validos funcionários, mas pouco valeu para os valetudinários municípios onde só deixou valas em seu valioso solo."
Eduardo Fraiha (Belo Horizonte, MG)

Motivo
"Temos visto o aumento de casos de violência na nossa cidade, no nosso Estado, no nosso país, em todo o mundo. Por que tudo isso? Qual a causa? O culpado é o governo? O culpado é a sociedade? Ou a culpa é nossa?
Fundamentalmente, o motivo de tudo isso foi citado no texto da segunda carta de Paulo a Timóteo 3:1-5, encontrada na Bíblia sagrada: a amizade com as coisas materiais tem sido maior do que a amizade íntima com Deus."
Eliezer Andrade (Rio Claro, SP)

Triste fama
"Sobre o sr. Roberto Campos dizer que tem seu nome garantido na história: é bom ele lembrar a história de Judas Iscariotes.
Judas se tornou o mais famoso dos apóstolos por trair Jesus Cristo e o sr. Roberto Campos já é famoso como o maior traidor do povo brasileiro.
Que pena a Folha se prestar a reproduzir as opiniões dele."
Ademar Adams (Cuiabá, MT)

Ataque gratuito
"Vimos expressar nosso protesto em relação ao conteúdo do artigo de Marilene Felinto 'O paciente índio e os monstros da classe média' (22/4).
Ao manifestar seu repúdio -que também é o nosso- acerca da presumível conduta dos cinco rapazes que teriam ateado fogo no representante indígena Pataxó, a autora atacou, gratuitamente, todos os moradores de Brasília.
Sem qualquer necessidade, a todos nós, habitantes da capital, injuriou."
Marcelo Mello Martins e Dolores Serra de Mello Martins (Brasília, DF)

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