São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997
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Educador Paulo Freire é enterrado após homenagem

DA REPORTAGEM LOCAL

O corpo do educador Paulo Freire foi enterrado ontem, às 12h55, no cemitério da Paz, no Morumbi (zona sul de São Paulo). Cerca de 50 pessoas acompanharam o sepultamento.
O poeta Thiago de Mello discursou em homenagem ao educador. "A gente fica com ele dentro de cada um que recebeu sua extraordinária lição de amor, para trabalhar na construção de uma sociedade mais solidária", disse.
Antes, às 10h, uma missa de corpo presente em homenagem a Freire foi celebrada, pelo padre Júlio Lancelotti, no Tuca, em Perdizes (zona oeste de São Paulo), onde o corpo foi velado.
Freire morreu anteontem, aos 75 anos, em São Paulo, devido a problemas cardíacos.
O corpo deixou o Tuca sob aplausos às 11h45 em um carro do Corpo de Bombeiros. O caixão foi coberto por duas bandeiras, do Brasil e do PT.
Cerca de 200 pessoas assistiram à cerimônia, que teve ainda a presença da primeira-dama, Ruth Cardoso, representando o presidente Fernando Henrique Cardoso, e o ministro da Cultura, Francisco Weffort, genro e amigo de Freire.
"Ele mudou a perspectiva da educação brasileira", disse a primeira-dama.
O PT interrompeu reunião de seu diretório nacional para que dirigentes do partido fossem à missa e ao enterro. Entre eles o presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, o senador Eduardo Suplicy e o presidente do partido, José Dirceu.
"Ele era um homem respeitado por todo o povo brasileiro, mas nem sempre pelas autoridades. Como Chico Mendes, era mais respeitado na Europa e EUA, que no Brasil", disse Lula, que discursou após a missa.
Estiveram presentes ainda os dois filhos de Paulo Freire que moram na Suíça, Cristina e Joaquim, que chegaram ao Brasil na madrugada de ontem.

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