São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997
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Demora no leilão prejudica projetos da Vale

SILVANA QUAGLIO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A demora no leilão da Companhia Vale do Rio Doce não chega a prejudicar financeiramente a estatal, que conta com um caixa de R$ 700 milhões.
Mas a indefinição decorrente da discussão jurídica em torno do leilão da estatal, inicialmente marcado para a última terça-feira, paralisa uma série de projetos da companhia, principalmente no exterior.
China
O governo chinês, por exemplo, aguarda a nova diretoria da empresa para começar a explorar minério de ferro em Carajás -principal área de exploração da Vale no Brasil, que fica no Pará.
A intenção dos chineses é fazer isso por intermédio de uma "joint venture" com a Vale.
Para isso seria criada uma empresa metade chinesa, metade de propriedade da Vale. O passo inicial para o acordo foi dado há cerca de dois meses, quando o primeiro-ministro chinês, Li Peng, visitou o Brasil.
O presidente da Vale, Francisco José Schettino, assinou um protocolo de intenções com Li Peng, prevendo a criação da empresa.
O negócio aumentaria a produção de minério de ferro em Carajás em até 10 milhões de toneladas por ano, montante equivalente a cerca de 10% da produção da Vale.
Moçambique
Outro projeto adiado com o atraso devido às pendências judiciais é com Moçambique. O país africano é grande produtor de carvão mineral, produto que, junto com o minério de ferro, é usado na fabricação do aço.
Aproveitando a baixa produção moçambicana, a Vale quer explorar o carvão e transportá-lo para o Brasil nos navios da própria Vale, que hoje já levam minério de ferro para a Ásia.
A estatal usaria também navios de importadores, que vêm para o Brasil vazios, buscar minério de ferro em um dos portos operados pela Vale.
Outros países
No Equador, a Vale está de olho no programa de privatização empreendido pelo governo. Lá, as minas de carvão serão arrendadas por 30 anos e a Vale tem interesse em arrendar algumas das jazidas.
Também está pendente um projeto na área portuária. A Vale deve fazer o reaparelhamento do porto de Gdansk, na Polônia.
Todos os projetos estão em negociação, mas dependem da nova diretoria da Vale para se concretizarem.
A maioria das iniciativas da Vale no exterior tem a participação do Banco Mundial.

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