São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997 |
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Ações contestam acordo entre RS e GM
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
A transferência do dinheiro do caixa do Tesouro para a conta bancária da GM transformou a política de incentivos do Executivo estadual em tema de discussão entre os gaúchos. O governo defende as vantagens oferecidas -há outros benefícios à montadora-, alegando que, se não as proporcionasse, outro Estado seria escolhido para abrigar a fábrica. Ainda segundo o governo, o "investimento" é válido porque a unidade, a ser instalada em Gravataí (região metropolitana), deve transformar a economia, gerando empregos diretos e indiretos -estimados em 2.000 e dez mil, respectivamente. Os governos anteriores mais recentes tentaram atrair montadoras, sem sucesso. O êxito na empreitada, independentemente do custo, pode ser um cacife para o governo nas próximas eleições. O governador Antônio Britto (PMDB) deve concorrer à reeleição, se a legislação permitir. A oposição, antes mesmo de descobrir a antecipação dos mais de R$ 253 milhões, já apresentava restrições ao negócio. O prefeito de Porto Alegre, Raul Pont (PT), por exemplo, questionava a necessidade de concessão de vantagens para atrair a GM. Segundo ele, era sabido que a GM tinha interesses no Mercosul (Mercado Comum do Sul), o que favorecia o Estado, pela posição geográfica, na disputa com outras unidades da federação. Uma das ações, impetrada pelo deputado estadual Flávio Koutzii (PT), pede que o governo devolva aos cofres públicos a quantia de R$ 30,28 milhões, que resultaria de uma aplicação financeira do valor repassado à multinacional. A outra ação, da deputada estadual Jussara Cony (PC do B), pede a devolução dos R$ 253,29 milhões. Texto Anterior: SP atrai US$ 18,5 bi sem incentivo fiscal Próximo Texto: Incentivos oferecidos pelo Estado do RS Índice |
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