São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997 |
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Metamorfose
CIDA SANTOS O vôlei feminino está ganhando personagens novos e muito especiais nesta temporada.Primeiro foi Julio Velasco, técnico bicampeão mundial, que trocou a seleção masculina italiana pela feminina. Em terras brasileiras, a tendência é a mesma: Zé Roberto Guimarães e Josenildo Carvalho, dois ex-técnicos da seleção masculina, estão de volta ao mundo das mulheres. Mas o que está provocando as mudanças? No caso de Velasco, o técnico mais vitorioso dos anos 90, o vice-campeonato olímpico em 96 teve sabor de um anúncio de uma marca esportiva espalhado por Atlanta nos Jogos: "Você não ganha a prata. Você perde o ouro". Velasco não resistiu à segunda tentativa frustrada de conseguir o título olímpico, o único que faltava à coleção dos 16 troféus conquistados pela "azzurra" nos oito anos sob seu comando. Deixou a seleção masculina em troca de um novo desafio: tornar a Itália também potência no vôlei feminino. A mudança trouxe um novo "glamour" para o vôlei feminino italiano. Velasco já conseguiu deixar no mesmo patamar os salários dos técnicos das seleções masculina e feminina. No Brasil, a explicação vem das leis do mercado. No feminino, embalado pelos bons resultados da seleção nos últimos três anos, as transações estão fervilhando. Além de Leites Nestlé, BCN, MRV/Minas e Mizuno-Uniban, mais três equipes entraram dispostas a investir alto: Rexona, Laboratórios Aché e Mappin. No masculino, somente Report/Suzano, Olympikus e Ulbra-Diadora estão com times formados. O resto é indefinição. O maior exemplo é Paulo Roese, um dos melhores levantadores do país. Sem time, está se dedicando aos negócios da família em uma fábrica de bolsas e já pensa em ter que deixar o vôlei. Mudança de vida dolorosa para um jogador que já foi da seleção. Texto Anterior: Atleta do Miami leva prêmio de evolução Próximo Texto: Novo comando; Superliga; Italiano Índice |
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