São Paulo, segunda-feira, 5 de maio de 1997
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Garotos de faro fino

AUGUSTO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Os garotos não são experts em moda e beleza nem arroz-de-festa de desfile, mas são eles que andam pelas ruas a procura da próxima Shirley Mallmann.
Thiago, Juliana, Marcelo e Júnior trabalham como "scouters" (caça-talentos) oficiais da agência Elite. Eles têm entre 18 e 20 anos, estudam e possuem outros interesses além do mundinho fashion.
Júnior foi chamado pela diretora de "new faces" da Elite, Liliana Gomes, 31, que já o conhecia. Em seguida, ele formou uma equipe com o primo, Thiago, e os outros.
Liliana diz que eles têm o perfil ideal de um "scouter": são simpáticos, têm boa aparência e educação, passam confiança e, acima de tudo, gostam do trabalho.
Até junho, os quatro estarão todos os dias escolhendo meninas para concorrer no Dakota Elite Model Look, concurso anual que revela novas modelos. Os locais de "caça" são shoppings, academias, escolas, bares e boates.
O "scouter" Thiago Ventura, 19, que estuda comércio exterior, está sempre alerta. "Em qualquer lugar, fico de olho. A gente não sabe onde elas vão aparecer."
Para ter chance de ser abordada por um "scouter", a garota tem de ser, basicamente, alta (no mínimo 1,68 m), magra e ter um rosto bonito ou exótico. Mas, às vezes, uns quilinhos a mais ou um cabelo maltratado não são barreira.
"Se a garota for muito bonita, nós recomendamos uma dieta ou um corte de cabelo adequado", diz Liliana Gomes.
Pelo trabalho, os "scouters" recebem ajuda de custo da agência a partir de relatório mensal. Além do mais, caso revelem uma supermodelo, ganham comissão sobre os trabalhos da moça. Nada mal se for uma Shirley Mallmann.

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