São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
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Consórcios estabelecem três meses como limite para o leilão ANTONIO CARLOS SEIDL ANTONIO CARLOS SEIDL; SILVANA QUAGLIO
Vencido esse prazo, a avaliação de executivos dos dois consórcios é que os investidores, principalmente estrangeiros, poderão rever suas posições. Isso não significa que os grupos desistiriam, mas enfrentariam dificuldades. Juvenil Félix, 61, vice-presidente da Anglo American no Brasil e porta-voz do Valecom, liderado por sua empresa e pelo grupo Votorantim, disse que o impasse não desanima os investidores. "Tanto a Anglo American -que atua no Brasil há 25 anos- quanto os japoneses têm larga experiência no país e uma leitura mais fácil do Brasil. Até 90 dias nada muda no consórcio." O presidente do Conselho de Administração da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, 43, líder do Consórcio Brasil, vai pelo mesmo caminho. "Estamos preparados para esperar o tempo que for necessário, mas o ideal é uma solução rápida." Segundo a Folha apurou, os investidores não acreditam que aparecerá negócio melhor nas áreas de atuação da Vale (minério de ferro, aço, alumínio e celulose), mas as empresas não podem apostar em um investimento de tamanho vulto por tempo indeterminado. Garantias Cada um dos consórcios depositou pouco mais de R$ 3 bilhões em garantia de que terão cacife para pagar pela empresa no leilão. O dinheiro não é depositado fisicamente junto à Bolsa de Valores do Rio, mas mediante um documento chamado carta de fiança. Assim, não há custo financeiro direto, mas os investidores ficam impedidos de usar o dinheiro em qualquer outro negócio até que a Vale seja efetivamente vendida. No caso do CSN, que acertou um empréstimo de R$ 1,2 bilhão com o banco norte-americano Nations Bank, há um limite para a disponibilidade do dinheiro. O banco só receberá juros quando (e se) o negócio se efetivar. O Consórcio Valecom está em "estado de decepção" com a demora da realização do leilão da Vale, segundo Juvenil Félix. O executivo acredita que o leilão possa ocorrer ainda nesta semana. Steinbruch e outros executivos de seu consórcio mantêm a expectativa de que o leilão se realize ainda nesta semana. Os rivais aproveitam o tempo para trabalhar, acertar seus grupos e jogar farpas uns contra os outros. Para o Valecom, o adiamento favorece o Consórcio Brasil, que seria menos estruturado do que eles. O pessoal do Brasil não se faz de rogado. Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, voltou dos EUA e teria trazido novos cotistas para seu fundo -o Sweet River (Rio Doce)-, que, dizem, entrará com algo em torno de R$ 1 bilhão no leilão. Texto Anterior: 'Otimismo durou pouco' Próximo Texto: Ação provoca 'saia justa' entre sócios Índice |
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