São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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Motta ataca advogado contrário à venda

DEISE LEOBET
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta (PSDB), criticou ontem, em Curitiba, a atuação dos advogados no processo de venda da Vale. "O povo brasileiro está sendo enganado por 20 ou 30 juristas que estão em busca de renome", disse.
Motta não poupou o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, responsável por uma das ações contra a privatização da estatal.
Ele ironizou o fato de Mello ter afirmado que o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Carlos Mendonça de Barros, estava em busca de notoriedade "que ganhou com o cargo". "Notoriedade, justo do Bandeira de Mello, que se chama 'Bandeirinha'?", perguntou.
"Com esse nome é que eu o conheci na militância estudantil. 'Bandeirinha', que era filho do velho Bandeira de Mello, reitor da PUC (Pontifícia Universidade Católica). Esse é o valor dele. Ser filho do Bandeira de Mello, que foi reitor da PUC, que era uma grande figura". Logo depois, Sérgio Motta completou: "Lamentável é a vida desse senhor".
O ministro também criticou os grupos contrários à privatização. "A polêmica em torno da venda da Vale, como está sendo colocada hoje, é quase sórdida", disse.
O ministro disse que nos últimos cinco anos ela rendeu para o Tesouro R$ 150 milhões, enquanto que para os fundos de pensão da companhia o valor chegou a R$ 500 milhões.
Motta disse que a Vale sempre serviu aos interesses de empreiteiras e fornecedores e à corrupção.
Quanto às ações contra o leilão, ele afirmou que passou por experiência semelhante durante o processo de privatização da banda B da telefonia celular, com liminares espalhadas por vários Estados.
Na época, segundo o ministro, a Justiça Federal, em Brasília, cassou uma liminar. No julgamento, a medida criou um efeito vinculante e a privatização pôde ser realizada.
A Folha não conseguiu localizar Bandeira de Mello após as declarações do ministro.

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