São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Chirac entra na campanha eleitoral
MARTA AVANCINI
O fato marca o envolvimento direto do presidente na campanha, considerada "morna" tanto pelas forças políticas de direita quanto de esquerda. A França terá, em 25 de maio de 1º de junho, eleições legislativas. Segundo o calendário original, as eleições estavam marcadas março de 98, mas elas foram antecipadas por decisão de Chirac. O presidente quer reforçar o apoio dos deputados na Assembléia Nacional visando, principalmente, implementar medidas de ajuste econômico. O objetivo é adequar o país às regras do Tratado de Maastricht, para a unificação monetária européia, prevista para 1999. A intervenção de Chirac é encarada como decisiva no sentido de mobilizar os eleitores em torno das propostas do governo. Segundo o cientista político Henri Rey dois fatores podem ter influenciado o presidente a se pronunciar publicamente: o elevado número de indecisos e o crescimento da esquerda. Segundo pesquisa do instituto Sofres divulgada pelo jornal "Le Figaro", 35% dos eleitores ainda não decidiram em quem votar. A pesquisa aponta crescimento das intenções de voto para a esquerda e de queda da direita. Juntos, os partidos Socialista e Comunista somam 38% das intenções de voto no primeiro turno, contra 34% da coligação governista RPR-UDF. Outros partidos que apóiam o governo somam 4%. Dentro desse quadro, a vantagem do governo no segundo turno se resumiria a 29 cadeiras na Assembléia Nacional. "A principal conclusão que se tira da pesquisa é a indefinição. Tudo pode acontecer", disse à Folha o cientista político Rey, da Fundação Nacional de Ciência Política. A iniciativa de Chirac foi encarada como positiva direita e com indiferença pela esquerda. "O presidente Mitterrand também interveio em 86, então não podemos condenar Chirac por isso", disse Laurent Fabius, um dos líderes dos socialistas na TV. O número de candidatos inscritos para essas eleições aumentou 20% em relação a 93, ano do último pleito. Estão concorrendo às 577 cadeiras da Assembléia Nacional cerca de 6.300 candidatos. Texto Anterior: Alemães copiam receita britânica Próximo Texto: Saem indicações para o prêmio Tony de teatro; Cuba acusa EUA de 'guerra biológica'; Arafat duvida do êxito da missão americana; Maior mina de ouro do mundo pode ser fraude Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |