São Paulo, terça-feira, 6 de maio de 1997
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O plano de Maluf

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - O mais correto seria dizer que Paulo Maluf não tem apenas um plano político, mas vários.
É isso o que se depreende das suas conversas com amigos nos últimos dias, enquanto viaja pela Europa.
Com o cacife eleitoral avariado pela CPI dos Precatórios, Maluf aguarda a melhor ocasião para ressurgir. Na opinião do ex-prefeito, agora só são possíveis ilações baseadas no calor dos fatos. Nada muito científico.
Certo de que em política é inviável operar tudo com um rigor cartesiano, Maluf sabe também que não adianta combinar alianças para uma eleição que está a 17 meses de distância.
O prazo final para escolher e rejeitar aliados é setembro, um ano antes das eleições do ano que vem.
Apesar disso, há certos axiomas do malufismo que continuam válidos. Por exemplo, está errado dizer que Maluf já abandonou a hipótese de uma disputa presidencial.
É claro que entre os muitos possíveis planos do ex-prefeito está uma eventual disputa pelo governo de São Paulo. Mas seria uma espécie de "plano B". A saída principal que Maluf sonha para si é a candidatura a presidente.
No momento, sua preocupação maior é fazer os efeitos da CPI dos Precatórios desaparecerem no ar. Pelos cálculos malufistas, os eflúvios negativos devem estar sepultados a partir de junho, quando terá passado o impacto da divulgação do relatório final da investigação dos senadores.
Por enquanto, Maluf vai ficando na Europa. Sua volta da atual viagem está programada para o dia 16. Uma outra escapada para o exterior não está descartada.
Na conjuntura atual, Maluf só tem uma certeza. Sabe que será candidato a alguma coisa no ano que vem. Mas não pode, ainda, decidir-se sobre qual é o melhor caminho a ser seguido.
*
Mais de mil desempregados saíram ontem em passeata por São Paulo, liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos. É o prenúncio de uma nova atuação sindical: a organização da crescente massa dos sem-emprego.

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