São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997
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Motoristas e empresas não fazem acordo

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

O Transurb (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Pessoas de São Paulo) recusou ontem a proposta final do vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, Floriano Corrêa Vaz da Silva, de reajustar os salários de motoristas e cobradores de ônibus em 7%, incluindo o piso.
A proposta final do Transurb era de 5%, sem o reajuste do piso, e a do Sindicato dos Motoristas, de 11,66%, com o repasse ao piso.
A relatora do processo escolhida foi a juíza Vânia Paranhas que decidirá a data do julgamento.
Conforme Silva, provavelmente o julgamento será na próxima semana. Segundo o presidente do Transurb, Maurício Lourenço da Cunha, as empresas não tinham como arcar nem com os 5% de reajuste propostos.
"Os 5% eram uma tentativa de evitar um impasse. Vivemos um período de defasagem. Estamos perdendo, pelo menos, 20 milhões de passageiros por mês com os lotações", diz.
Em relação aos 7%, Toré diz: "Nunca vi o tribunal com bons olhos. Aqui nunca foi a casa do trabalho e sim do setor empresarial".
Gregório Poço, secretário-geral do Sindicato dos Motoristas, diz que seria muito difícil o sindicato aceitar a proposta do juiz. Mas ele assume que a proposta inicial de 13% era alta, e que os 10,21% conseguidos recentemente pelo sindicato dos motoristas do ABC seria uma proposta viável.
A proposta final do juiz Silva em relação ao vale-refeição e ao convênio médico era que ambas as partes discutissem, sem julgamento. Mas como o Transurb não concordou com o reajuste salarial, os contratos sociais reivindicados pelo Sindicato dos Motoristas também vão a julgamento.
O sindicato quer o aumento do vale-refeição de R$ 6 para R$ 8 e convênio médico gratuito para todos os dependentes. O Transurb quer a manutenção do valor do vale-refeição e não propõe nada quanto ao convênio.
A partir de segunda, o sindicato, junto com os motoristas e cobradores, fará mobilizações com carros de som.
Segundo o secretário-geral Poço, pode ser que a mobilização comece pela empresa Tupi Transporte (zona sul de SP), porque há boatos que trabalhadores estariam sendo demitidos devido ao protesto da última quinta-feira.
Guilherme Ubirajara, da gerência financeira da Tupi, diz que ninguém foi demitido. Segundo Toré, a assembléia do Sindicato dos Motoristas, marcada para o próximo dia 15, será realizada para decidir se haverá greve a partir de 21 de maio. Na segunda, haverá a Audiência de Instrução e Conciliação no TRT, às 12h45, entre os metroviários e o Metrô.

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