São Paulo, sábado, 10 de maio de 1997
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Hale-Bopp começa a ficar 'invisível' no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de segunda-feira o cometa Hale-Bopp começará a ficar praticamente "invisível" no Brasil, segundo Amâncio Friaça, do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG) da USP. Hoje e amanhã serão provavelmente a última oportunidade de vê-lo no Estado de São Paulo.
Segundo ele, o cometa estará praticamente se despedindo da Terra. Embora ainda vá estar no céu do Hemisfério Sul por algum tempo, praticamente não será visto a olho nu. "Quando falamos em despedida, falamos na observação a olho nu. Para os pesquisadores a história é outra. Só podemos usar certos instrumentos quando o cometa está mais afastado."
Além disso, diz Friaça, a Lua está crescendo, o que vai prejudicar a sua visão no céu.
Como ver
Para observar o cometa, deve-se localizar o ponto cardeal oeste, onde o Sol se põe. O cometa estará a noroeste. A altura do cometa é medida como o ângulo formado entre o cometa e a linha do horizonte.
Segundo Friaça, o Hale-Bopp começa a aparecer logo após o poente, entre 18h30 e 19h.
"Nessa ocasião a sua altura será de aproximadamente 'um palmo aberto' em relação ao horizonte", diz Friaça.
Segundo ele, à medida que a noite avança, o cometa vai "descendo" no céu, até ficar a uma altura aproximada de "um punho".
O pesquisador diz ainda que, neste fim-de-semana, no Estado de São Paulo, o cometa será visível próximo à Lua.
O mais brilhante
Descoberto em julho de 1995 pelos norte-americanos Alan Hale e Thomas Bopp, o cometa atingiu a proximidade máxima do Sol no dia 1º de abril.
Nesse ponto, chamado periélio, a expectativa de cientistas no mundo todo era de que ele atingisse o seu brilho máximo. "Ele correspondeu às expectativas. Podemos dizer que foi o cometa mais brilhante desde a passagem do Halley em 1910", disse o pesquisador.
Mas, segundo Friaça, esse foi um cometa do Hemisfério Norte. "Começamos a observá-lo no céu do Brasil praticamente um mês depois do seu máximo. " Segundo o cientista da USP, "a partir desse momento ele foi se afastando da Terra e perdendo o brilho". "Mas quem estava no Hemisfério Norte teve, sem dúvida nenhuma, uma belíssima visão", diz Friaça.

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