São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Aprovação ao governo FHC é de 42%

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de seu recente inferno astral, o presidente Fernando Henrique Cardoso continua a registrar índices elevados de aprovação. O Datafolha constata que hoje 42% consideram seu governo ótimo ou bom, cinco pontos a menos que na pesquisa de dezembro.
A marcha dos sem-terra, os ziguezagues na reforma da Previdência e as resistências à privatização da Vale do Rio Doce justificam essa oscilação para baixo.
Os atuais índices estão longe de serem os piores que FHC registrou desde sua posse. Em junho do ano passado, só 30% o consideravam bom ou ótimo.
A forma pouco elástica com que a população avalia o presidente pode estar lastreada na estabilidade econômica. O Plano Real continua prestigiado (ver texto abaixo).
O Datafolha entrevistou entre 5 e 6 de maio 3.811 pessoas, em 161 municípios de todos os Estados e mais o Distrito Federal. A margem de erro da pesquisa é de 1 ponto para mais ou para menos.
Em termos regionais, a melhor avaliação do presidente (47%) vem das regiões Norte/Centro-Oeste, e a pior do Sudeste (40%). Nas cidades do interior seu governo é mais bem visto (47%) do que nas regiões metropolitanas (35%).
O "ótimo/bom" aparece com maior frequência entre entrevistados com escolaridade mais baixa (44%), caindo conforme se interroga os que têm escolaridade superior (36%).
Na renda familiar, são os mais ricos (48%) -e não os mais pobres (42%)- que dão ao atual governo a avaliação melhor.
É apenas entre os eleitores do PT e do PDT que FHC é apontado majoritariamente como regular (46% e 45%). Torna-se bom e ótimo para os simpatizantes do PPB (45%) e do PMDB (48%). As mulheres (45%), mais que os homens (40%), também dão a melhor avaliação.
Em termos de faixa etária, o contingente relativamente maior (28%) dos que dão a pior avaliação ao governo parte dos brasileiros com 60 anos ou mais, num evidente reflexo da mexida na aposentadoria que a reforma da Previdência contém.
O Datafolha, como de hábito, também perguntou, de zero a dez, que nota FHC mereceria, após dois anos e cinco meses de governo. Ele obtém uma média nacional de 6,1, contra 6,5 há seis meses. Entre os entrevistados, 17% deram 8, 15% deram 5, 14% deram 7, 13% deram 10, e assim sucessivamente, até os 9% que deram zero.
Os resultados, de certo modo, quantificaram de um modo diferente a avaliação do governo feita pelo critério anterior. Para quem tem mais de 60 anos, por exemplo, se 20% dão ao presidente nota 10, 16% (a maior porcentagem entre os grupos etários da amostragem) dão a ele nota zero.

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