São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997 |
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Fernando Henrique pede dinheiro a FHC
ESTANISLAU MARIA
Fernando Henrique, 6, disse que, se encontrasse FHC algum dia, pediria a ele madeira e ajuda para a família construir uma casa melhor, "com banheiro". Enquanto o garoto fala, aponta alguns buracos na madeira do velho barraco e vive com a mãe e com os irmãos. Esses buracos permitem infiltração quando chove e tábuas que ameaçam ceder. Um cômodo O barraco da família é um sobrado de um cômodo sobre outro. No térreo, o pai, a mãe e o pequeno Renan dividem a cama. Nesse mesmo recinto, ficam também o fogão, a geladeira e a televisão, que é compartilhada por toda a família. No quarto de cima, Fernando Henrique divide a outra cama de casal com o irmão Antônio, 4, e a irmã, Glaucilene, 8. Glaucilene, que estuda na primeira série do primeiro grau, disse que quer ser médica quando crescer. Já o irmão Antônio diz ter vontade de ser "polícia". Não há água encanada no barraco. As palafitas e a "casinha", fora da moradia, que servia de banheiro atrás do barraco foram derrubadas pela chuva. Atualmente, toda a família conta com a camaradagem de um vizinho e usam a "casinha" deles. Banho Recebendo um salário mínimo por mês, como ajudante de pedreiro, o marido de Rosângela não tem dinheiro para comprar madeira e refazer as palafitas e reconstruir o banheiro. Eles tomam banho em pé sobre uma tábua (uma espécie de prancha) que fica na porta dos fundos do barraco. Como há barracos vizinhos e privacidade não existe, o banho tem de ser de roupa mesmo. O jeito é eles despejarem latas de água sobre o corpo. Em todas as casas da vizinhança é esse o ritual do banho. Texto Anterior: Aos 15 anos e 10 filhos, adotou mais 1 Próximo Texto: Ideal de jovem hoje tem de ser concreto Índice |
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