São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 1997
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A dance do Canadá

AUGUSTO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O primeiro CD do trio canadense Outta Control, que leva o mesmo nome, reforça duas características da dance music mais comercial: a preferência por versões de grandes sucessos alheios e a formação que agrega produtores/compositores com uma bela vocalista.
As versões, no caso, incluem o hit "One of Us", da cantora Joan Osborne, uma canção que originalmente é lenta e acústica. Foi ela a responsável pelo estouro do Outta Control nas rádios e pistas de vários países.
"Decidimos gravá-la porque somos realmente fãs da música. Nunca tivemos a idéia de fazer um monte de 'covers', mas foi dessa maneira que as coisas progrediram", explica o tecladista, produtor e compositor Rachid.
A vocalista Kimberley Wetmore diz que gravou a versão sem conhecer a original: "Preferi não ouvir para ter minhas próprias idéias vocais". O terceiro integrante do grupo é o produtor e compositor Barry Harris, ex-vocalista do Kon Kan, responsável pelo mega-hit "I Beg Your Pardon", em 89.
"Há vários elementos no disco, como acid music, house, tecno e jungle", diz Rachid. Não é fácil identificá-los ao ouvir o CD, pois estão para lá de diluídos. O som que fazem se aproxima da house music que toca na Jovem Pan.
Mas Kimberley declara: "Eu não ligo para classificações. Não separo dance music em hip hop, trip hop e outras. Se me dá vontade de dançar, é apenas dance music".
Um mérito do CD é trazer de volta grandes canções do mestre disco Giorgio Moroder. Ele diz "presente" com "Our Love", já gravada pela Donna Summer, e "Together in Eletric Dreams", que vai ser relançada com vocais de Kimberley (no CD quem canta é Barry).
"A cena dance no Canadá realmente cresceu nos últimos anos", diz Rachid. Os grupos canadenses começam a invadir as rádios locais no lugar dos artistas europeus.
"É legal que os canadenses estejam emergindo porque por muito tempo o país só foi conhecido pela música folk e rock", diz Kimberley. Isso deve significar que mais outta controls estão vindo por aí.
O grupo esteve há três semanas no Brasil para apresentações em clubes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. "As pessoas saem para se divertir, foi isso que sentimos nos shows", diz Rachid.
Kimberley diz que Barry se interessou muito pela música brasileira. "Não fiquem surpresos se ouvirem elementos de percussão no próximo CD ou remix", avisa o tecladista.

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