São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Feira do zebu fatura R$ 6,2 milhões

VERENA GLASS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O faturamento dos 28 leilões da Expozebu 97, encerrada domingo último em Uberaba (MG), alcançou R$ 6,239 milhões, valor abaixo das previsões dos organizadores (R$ 7 milhões a R$ 8 milhões).
A feira, realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), contou este ano com 211 expositores e 1.373 animais das raças nelore, nelore mocho, guzerá, tabapuã, gir, gir mocho, indubrasil e brahma.
Segundo José Olavo Borges Mendes, presidente da ABCZ, os negócios este ano foram considerados bons, apesar de ficarem abaixo das cifras do ano passado.
Abate de matrizes Mendes explica que a crise financeira da pecuária de corte no ano passado levou a um descarte indiscriminado de matrizes, que devem ser repostas este ano.
"Mais de 700 mil fêmeas foram abatidas para possibilitar a sobrevivência do setor, que não encontrou outra forma para pagar dívidas. Este ano, os pecuaristas estão se recuperando por causa da qualidade dos animais brasileiros e da melhora nos preços da carne", afirmou Mendes.
A ABCZ está investindo no melhoramento genético do rebanho zebuíno nacional, que já apresenta um gado de elite com alto padrão de qualidade, segundo dados da associação.
Luis Antônio Josakian, superintendente técnico da ABCZ, explicou que a associação está direcionando as pesquisas para o aumento da precocidade e da maturação sexual dos animais.
Atualmente, o gado brasileiro chega ao abate aos 60 meses de idade em média, enquanto o argentino é abatido com 24 meses.
Segundo Mendes, no entanto, o preço do boi brasileiro é igual ao do argentino (R$ 26,50 a arroba).
As comissões julgadoras priorizaram a estrutura e a quantidade de carne das carcaças e não mais o aspecto meramente estético.
Este ano, a ABCZ também pretende intensificar as discussões sobre políticas públicas para o setor.
Aproveitando a visita do presidente Fernando Henrique Cardoso à exposição, no dia 2 último, Mendes criticou a falta de apoio à pecuária e as formas pelas quais o governo vem lidando com a questão da reforma agrária.
Segundo o presidente da ABCZ, a entidade ainda não apresentou propostas concretas ao governo, mas pretende discutir questões como linhas de financiamento, aumento da Cota Hilton e a liberação do uso de anabolizantes para a engorda de gado de corte, atualmente proibido no Brasil.

Texto Anterior: Leilões de quarto-de-milha vendem 150 animais
Próximo Texto: Banco oferece R$ 50 milhões
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.