São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Brasil pode alterar regime automotivo

OMC Negociadores tentam acordo com EUA

DENISE CHRISPIM MARIN
DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Os negociadores brasileiros enfrentaram ontem discussões com os Estados Unidos sobre o regime automotivo, dispostos a levar seus oponentes a pedir à OMC (Organização Mundial do Comércio) a formação de um conselho de arbitragem (panel) sobre o tema.
A tática usada pelos negociadores foi ceder parcialmente às pretensões dos EUA, que querem a extinção imediata do regime.
Insatisfeitos, os norte-americanos deverão retomar novas consultas ou recorrer à OMC no início do segundo semestre.
Se for cumprida essa estratégia, o governo brasileiro terá cumprido seus objetivos. A formação, avaliação e decisão do panel poderá demorar bem mais de um ano.
Se o regime automotivo brasileiro for condenado por descumprir regras do comércio internacional, é provável que o governo tenha que revogá-lo somente ao final de 1999 -quando está definida sua extinção.
A rodada de negociação não havia terminado até o final desta edição. A Folha apurou que o Brasil se propôs a reduzir em um ano o período de adesão das montadoras de automóveis ao regime, que terminaria em 31 de dezembro de 1998.
Equiparação
Também aceitou a reivindicação norte-americana de equiparação dos bônus que as montadoras ganham quando compram máquinas e equipamentos -o peso dos bônus para compra do produto nacional é 20% maior que a do importado.
O último ponto se refere ao chamado "trade balance", que impõe às montadoras uma relação de 1 para 1 entre as importações de autopeças, componentes e automóveis prontos e suas exportações.
Os Estados Unidos querem elevar a proporção das compras externas para 1,5. O Brasil aceita aumentar a 1,03, no máximo.
(DCM)

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