São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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EUA voltam a pedir mais pressa para início da Alca

Secretário William Daley e Lampreia mostram divergências

DA SUCURSAL DO RIO; DA REPORTAGEM LOCAL

A divergência entre Brasil e EUA ficou clara ontem, durante um almoço promovido pela Câmara de Comércio Americana-RJ em homenagem ao secretário de Comércio dos EUA, William Daley, no hotel Copacabana Palace.
"É muito importante que nossos amigos norte-americanos compreendam a necessidade de gradualismo e prudência", afirmou o chanceler brasileiro Luiz Felipe Lampreia, ressaltando que "nada se porá em vigor antes de 2005".
Em seu discurso, William Daley também foi claro. "O momento interno do Mercosul precisa ser mantido e, ao mesmo tempo, o processo da Alca precisa avançar."
Na entrevista que se seguiu ao almoço, Daley disse que "a velocidade das mudanças das sociedades manda andar mais depressa".
"Seria ingênuo ou equivocado achar que os grandes países do mundo têm economias totalmente abertas. Os países mais avançados têm praticado políticas restritivas", argumentou Lampreia.
Segundo Lampreia, para que o Brasil mudasse sua posição em Belo Horizonte seria necessário que os norte-americanos demonstrassem "grande flexibilidade".
William Daley não especificou a data mais adequada para o início da Alca, na visão dos EUA.
"Terá de ser um processo de consenso, então precisamos começar a negociação", disse.
Argentina
O primeiro vice-presidente da UIA (União Industrial Argentina), Alberto Álvarez Gaiani, reuniu-se ontem, em São Paulo, com o presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, e com diretores da entidade, para acertar detalhes sobre a posição que o setor empresarial dos dois países adotará no encontro da Alca.
Gaiani liderou a reação argentina contra a MP que restringiu o financiamento em até 360 dias das importações brasileiras.
Ele disse que as diferenças comerciais surgidas entre os países do Mercosul são naturais, considerando-se a existência do bloco.
Os empresários da Fiesp e da UIA concordam que a redução tarifária entre os países da Alca deve começar só a partir de 2005.

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