São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997 |
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Presidente da CBF pode sofrer devassa em contas
DA REPORTAGEM LOCAL A subcomissão de Educação e Desporto da Câmara Federal, que investiga as denúncias de corrupção no futebol, deve solicitar à Procuradoria Geral da República a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do presidente da CBF, Ricardo Teixeira."Após alguns depoimentos, estamos convictos de que existe um vínculo forte entre Ivens Mendes, o principal envolvido no escândalo, e a cúpula da CBF", disse o deputado Lindberg Farias (PC do B-RJ), presidente da subcomissão. Farias conta com o apoio do colega Eurico Miranda (PPB-RJ e vice-presidente do Vasco). Ele confirmou que a subcomissão irá pedir hoje, também na Procuradoria Geral da República, a abertura de inquérito policial para o "Caso Ivens Mendes". Além disso, reclamará a quebra dos sigilos dos principais envolvidos na denúncia: Alberto Dualib, presidente do Corinthians, Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR, e o próprio Ivens Mendes, ex-presidente da Conaf. "Isso é um caso de polícia. Podemos estar desvendando toda uma rede de corrupção no futebol. Vamos descobrir mais conexões", Ontem, Farias, Miranda, e Ricardo Gomide (PC do B-PR) estiveram na Federação Paulista de Futebol (FPF), para ouvir os depoimentos de Alberto Dualib e de Eduardo Farah, presidente da FPF. "Farah confirmou as informações de que vinha alertando o presidente da CBF sobre a atuação nociva de Ivens Mendes", disse Farias, que já ouviu Teixeira. Os acusados Alberto Dualib chegou à sede da FPF às 13h30, cerca de três horas antes de prestar depoimento. "Dualib desmentiu que houvesse alguma amizade entre ele e Mendes. Nos pareceu que ele foi coagido a contribuir para a campanha do ex-presidente da Conaf, temendo que o Corinthians viesse a ser prejudicado", afirmou Farias. "Concordo com a quebra de meu sigilo porque vai ajudar nas investigações e porque não tenho nada a temer", disse Dualib. "Reafirmo que agi em meu nome e não no nome do Corinthians. Essa ajuda ao Ivens só seria efetivada em outubro de 98, o que não se confirmou", acrescentou. Ainda sob pressão de Eurico Miranda, que quer anular o jogo Vasco x Atlético-PR, pela Copa do Brasil, a subcomissão de Educação e Desporto vai "fechar o cerco" em torno do presidente do clube paranaense, Mário Celso Petraglia. "Ele está envolvido até o último fio de cabelo. Em vão, ele procura intimidar um membro da subcomissão (Ricardo Gomide) e evitar seu depoimento", disse Farias. "Está comprovado o envolvimento do Atlético-PR. O árbitro (Oscar Roberto Godói) pode até não estar no esquema contra o Vasco, mas o auxiliar (Marinaldo Silvério) está", disse Miranda. Ele disse também que quer provar o envolvimento da Traffic e da Kefler (de Kleber Leite, presidente do Flamengo), empresas que cuidam das negociações da CBF, com o "esquema Ivens Mendes". Texto Anterior: Pelé recebe projeto que anistia clubes Próximo Texto: Nova comissão já tem 2 nomes Índice |
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