São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Para defesa, Mendes foi só uma 'vítima de arapongas'

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O criminalista Luiz Guilherme Vieira, advogado do ex-presidente da Conaf (Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol) Ivens Mendes, quer invalidar as gravações clandestinas de conversas do seu cliente como prova na Justiça desportiva e na Justiça comum.
"O único crime -com pena de reclusão de até quatro anos- devidamente comprovado é a gravação", afirmou Vieira. "Não houve nenhum ilícito desportivo ou criminal de Ivens Mendes."
O advogado disse que Mendes, a mulher e a filha estão "tremendamente abalados. Ele foi a grande vítima de arapongas infelizes, que violaram a privacidade do seu lar."
Viera afirmou duvidar da autenticidade das fitas -uma edição poderia ter truncado diálogos.
Além de se basear na Justiça comum, que não aceita "grampo" (gravação clandestina) como prova, o advogado se apóia no Código Brasileiro Disciplinar de Futebol.
No artigo 59, o código afirma: "Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda não especificados neste código, são hábeis para provar os fatos alegados no processo disciplinar".
"As gravações telefônicas não são legais, nem moralmente legítimas", afirmou Vieira, que orientou seu cliente a não dar entrevista. "Na hora certa, ele vai falar."
Sobre a subcomissão da Câmara que apura o caso, disse: "Há políticos se aproveitando da situação".
Vieira, 37, foi um dos advogados que, inicialmente, defenderam o ator Guilherme de Pádua no caso Daniella Perez. Também representou os filhos da atriz Yara Amaral, morta no naufrágio do Bateau Mouche, na virada de 1988 para 89.

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