São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997![]() |
![]() |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Bienal de PE mostra "cara nordestina"
VANDECK SANTIAGO
O evento vai "celebrar a cultura nordestina em todas suas variantes", segundo os organizadores. O lançamento oficial aconteceu anteontem em Recife. Estão confirmados 52 lançamentos, 103 estandes, 74 expositores e 51 eventos paralelos (como oficinas, seminários e palestras). Serão homenageados o poeta João Cabral de Melo Neto e o educador Paulo Freire (morto em 2 de maio último), ambos pernambucanos. Uma exposição sobre João Cabral mostrará um aspecto menos conhecido de sua trajetória cultural: o de impressor. Em uma máquina impressora manual, adquirida na Espanha (país em que ele trabalhou como diplomata), João Cabral imprimiu, entre outras obras de poetas brasileiros e espanhóis, a primeira edição de "Mafuá do Malungo", último livro de Manuel Bandeira. Ariano Suassuna, secretário da Cultura de Pernambuco, também participará da bienal: fará um dos eventos paralelos, com uma "aula-espetáculo" -em que ele expõe seu ideário estético de valorização da cultura popular. Outro "evento pernambucano" terá como destaque o governador Miguel Arraes (PSB), que fará o lançamento do livro "Pensamento e Ação Política"(Topbooks), que traz textos e entrevistas suas de 1963 até 1996. Haverá também o lançamento de "Fome: Tema Proibido", com textos do cientista pernambucano Josué de Castro (1908-1973), nunca publicados em livro. Castro, precursor do estudo científico da fome no Brasil, é o autor do clássico "Geografia da Fome" (1946). Revista e best sellers Outro lançamento será o da edição de número 29 da revista "Estudos Avançados", da USP (Universidade de São Paulo), que tem o Nordeste como tema principal, enfocando temas sociais, econômicos e culturais da região. Escritores estrangeiros e best sellers nacionais, como Lair Ribeiro, também estarão na bienal, informou Evaldo Costa (presidente da Cepe, Companhia Editora de Pernambuco), responsável no Estado pelo evento. A Bienal de Pernambuco será a segunda do Nordeste. A primeira foi em Fortaleza (Ceará), no ano passado. Segundo Evaldo Costa, a meta é, a partir de 98, transformar as duas em Bienal do Nordeste. Nos anos pares seria no Ceará; nos ímpares, em Pernambuco. A CBL (Câmara Brasileira do Livro) é a responsável pela bienal pernambucana, mas os custos do evento (estimados em R$ 500 mil) estão sendo bancados pelo Governo do Estado. Evento: 1ª Bienal Internacional do Livro Onde: Centro de Convenções, em Olinda (PE) Quando: 3 a 8 de junho Quanto: entrada franca Texto Anterior: Brasil vê ressurreição do Ten Years After Próximo Texto: Arraes lança trabalho Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |