São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Os governistas

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

- Uma coisa são as denúncias. Outra coisa são as votações, que têm que ter uma continuidade normal...
A frase do líder do governo no Congresso, à Globo News, espelhou a ampla resistência governista à revelação da venda de votos na aprovação da sonhada reeleição.
A revelação foi citada como muito grave pelo porta-voz de FHC; como gravíssima pelo presidente da Câmara, Michel Temer; o pivô do escândalo foi condenado à expulsão do PFL pelo presidente do Senado, ACM; o ministro da Justiça apareceu falando em investigação da Polícia Federal; quase todos falaram em punição e apuração rigorosas.
Mas o mesmo ACM tratou de "isolar o caso" -expressão de outro líder governista, na Band. ACM defendeu a expulsão do pivô do escândalo, mas nada de mudar a data de votação da reeleição no Senado. Nem de envolver o governo.
Menos ainda de anular a votação na Câmara. Afinal, os cinco votos denunciados "não alteram o resultado", como se ouviu na CBN -que anunciou que "os governistas conseguiram manter" as datas de votação no Senado, mesmo com o escândalo.
Para o Jornal da Band:
- Aqui no Senado a reeleição vai de vento em popa.
*
Uma explicação alternativa para a resistência governista às denúncias -e, aliás, para a sobriedade do JN no caso- está em relato, ouvido na CBN no fim da tarde e depois, semelhante, na Band:
- Informações circulam aqui pelos corredores, de que a denúncia de amanhã (hoje) envolve o próprio governo.
Ou, mais especificamente, o ministro das Comunicações.
*
Nas diversas entrevistas, o pivô Ronivon Santiago saiu-se com esta, sobre quem, afinal, é o "Senhor X":
- Nós sabemos quem são... Mas não podemos revelar nomes... Panela, quanto mais se mexe, mais ela derrama.

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