São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Acordo pode servir de base para negociações no setor agrícola

DENISE CHRISPIM MARIN
DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Empresários do setor agrícola querem que o acordo da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) sirva de base para as negociações sobre o tema que se darão a partir de 1999 no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). Essas negociações terão como foco os subsídios e barreiras comerciais na área -um dos entraves às exportações agrícolas brasileiras para a União Européia.
O tema ficou de fora da Rodada Uruguai do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), que terminou em dezembro de 1994 e deu origem à OMC. "Um acordo que elimine os subsídios e barreiras não-tarifárias que protegem os produtos agrícolas, principalmente nos Estados Unidos, ajudaria no avanço das negociações na OMC", afirmou Pedro de Camargo Neto, diretor do IPC (Conselho Internacional de Políticas Agrícolas).
Hoje, os empresários deverão entregar aos vice-ministros dos 34 países da Alca uma declaração na qual pedem a eliminação de todas as barreiras comerciais aos produtos agrícolas no continente como pré-requisito para a negociação da abertura. O temor dos empresários está na possível substituição das barreiras tarifárias por outro mecanismo de proteção -as normas sanitárias e regras mais fechadas para importação, chamadas de barreiras não-tarifárias.
Atualmente, os EUA impõem restrições a produtos como o açúcar, fumo, suco de laranja e frutas.
Embora sejam favoráveis à negociação mais rápida da Alca, os empresários do setor no Mercosul acabaram aceitando a versão mais gradual proposta pelos governos dos quatro países. Para Camargo Neto, não há possibilidade de perdas para o setor com a abertura mais rápida do mercado brasileiro. Isso porque os segmentos que poderiam competir com a produção dos EUA -algodão e trigo- já "acabaram" no Brasil.
(DCM)

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