São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Não boto a mão no fogo por mim ou por ninguém, diz ACM

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse ontem, em discurso a empresários, que "nuvens negras" passam pela política brasileira. Segundo ele, uma "crise de credibilidade" atinge os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e exige soluções rápidas.
Pouco antes do encontro, o senador afirmou, em entrevista: "Não ponho minha mão no fogo nem por mim, nem por você, nem por ninguém: posso me queimar".
Na homenagem promovida pela Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), ACM defendeu o ministro Sérgio Motta (Comunicações) e prometeu votar a emenda da reeleição no Senado "no máximo" até 10 ou 12 de junho.
"Querem envolver o ministro injustamente para atingir o presidente e contaminar a reeleição, o que não tem nada a ver. Os votos inúteis desses elementos imorais foram muito poucos", discursou.
Antes que o almoço fosse servido, o senador falou sobre a imagem das instituições, segundo ele "comprometida" pela demora em punir crimes contra a administração pública. "Todos nós temos culpa", disse.
ACM defendeu a cassação dos mandatos dos parlamentares envolvidos na compra de votos. "Se essa falha grave não é punida rapidamente, paga-se um ônus tremendo. A perda de mandato tem de vir com rapidez, para dar uma satisfação à opinião pública."
Sem especificar, ACM disse que, no Executivo, a demora nas punições gera "crise de confiança".
As críticas mais contundentes foram dirigidas ao Judiciário, que ACM classificou de "o mais comprometido de todos os Poderes". "Os juízes pecam muitas vezes por corrupção, dão liminares que não existem, dão sentenças só para receber dinheiro das partes."

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