São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997 |
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Comissão da Câmara decide ouvir Motta
LUIZA DAMÉ
Eles serão convidados a falar sobre a suposta compra de votos de deputados para aprovação da emenda da reeleição na Câmara. Esses depoimentos ainda não foram marcados. Temer O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), precisou intervir ontem e determinar que a comissão investigue com rapidez as denúncias de compra de votos para aprovação da emenda da reeleição. Temer disse que, se for necessário, a comissão vai trabalhar neste fim de semana. "Não prorrogarei o prazo de sete dias", afirmou o deputado federal. "Estou aqui para revelar um apoio significativo aos trabalhos da comissão", disse Temer. A comissão só decidiu começar a ouvir os cinco deputados envolvidos nas gravações -Ronivon Santiago, João Maia, Zila Bezerra, Osmir Lima e Chicão Brígido (licenciado)- depois que Temer deu o ultimato. A intenção dos membros da comissão era tomar os depoimentos só depois que as fitas de áudio contendo os diálogos fossem enviadas pela Folha. A comissão terá acesso a transcrições e cópias das fitas. As conversas que identificam o interlocutor ("Senhor X") dos deputados, porém, não serão liberadas. A comissão pediu uma análise técnica das fitas à Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para confirmar que não houve montagem dos diálogos e que as vozes são dos deputados citados. O Laboratório de Fonética Forense da Unicamp será responsável pelo trabalho. A reitoria da Unicamp já recebeu pedido da comissão, na noite de ontem. Depoimentos Após a intervenção de Temer, foram marcados para o início da noite de ontem os depoimentos de Santiago, Lima e Bezerra. Maia vai depor hoje e Brígido não foi localizado. O primeiro depoimento -de Santiago- começou às 17h40, em reunião fechada. Até o fechamento desta edição o depoimento não havia terminado. Temer disse que os deputados acusados de terem recebido R$ 200 mil para votar a favor da reeleição poderão ter o mandato cassado. "O fato é grave e poderá importar em cassação", afirmou. "Vamos esperar as conclusões da comissão de sindicância e garantir o princípio da ampla defesa a todos", completou. Texto Anterior: Ronivon confirma gravações, mas diz que eram brincadeiras Próximo Texto: Sindicância tem menos poder Índice |
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