São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Acusação exige que Paula fique no tribunal

DA SUCURSAL DO RIO

Quinze minutos depois de ter terminado seu depoimento, Paula Thomaz teve uma crise de choro.
Paula vestia a mesma blusa que vestia no julgamento do ex-marido, Guilherme de Pádua, em janeiro. Usava uma calça clara e os cabelos, mais longos, soltos.
Com a autorização do juiz, ela foi retirada do tribunal. A acusada também disse estar sentindo cólicas (leia texto nesta página).
"A Paula estava reclamando de sentir muita falta de ar", disse Augusto Thompson, um dos advogados de defesa, contratados pela família de Paula.
Estratégia
A promotoria colocou sob suspeita as alegações de Paula.
Para os promotores Piñeiro Filho e Maurício Assayag, a defesa pode ter orientado Paula a simular um problema de saúde, com a finalidade de evitar uma acareação de Paula com Hugo da Silveira.
Silveira é considerada a principal testemunha de acusação. Ele diz ter visto Paula no local onde a atriz Daniella Perez foi morta.
"Se é estratégia, não nos atinge agora, mas fazemos questão que ela esteja em plenário no interrogatório do Hugo, para que os dois se vejam", disse Piñeiro Filho.
Ele afirmou ainda que ele e o colega Maurício Assayag querem a presença de Paula no resto do julgamento. "Também queremos ela presente na hora dos debates. Quero que o júri veja à reação dela à nossa fala", disse Piñeiro Filho.
Comportamento
O promotor afirmou estranhar o comportamento de Paula durante o interrogatório.
"Acho estranho uma pessoa inocente não demonstrar seu inconformismo com a situação a que está sendo submetida há tantos anos. Ela agiu como se estivesse falando com uma amiga ao telefone, com um timbre vocálico inerte, inalterado", disse o promotor.
O depoimento de Pádua foi considerado um bom depoimento durante seu julgamento.
Algumas fãs chegaram a "ficar do lado" do ator depois de ouvido suas declarações.
"Noite dos Leopardos"
Pela primeira vez durante todo o processo, a acusada disse que realmente esteve no espetáculo "A Noite dos Leopardos", de nus masculinos.
Paula afirmou no plenário que foi com Pádua ao show e depois voltou com amigas.
A promotoria afirma que Guilherme de Pádua trabalhava como ator no espetáculo erótico e que Paula era uma habitual frequentadora do local.
"Ela finalmente admitiu que esteve na galeria Alaska, coisa que nunca tinha dito antes", disse o promotor Piñeiro Filho.

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