São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Júri tem 4 mulheres e 3 homens

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Cinco dos sete jurados que decidirão o destino de Paula Thomaz são funcionários públicos. Apenas um deles trabalha na iniciativa privada, e o sétimo é empregado de uma empresa de capital misto.
Empresas públicas costumam ceder com mais facilidade empregados aos tribunais. Como os jurados têm que faltar ao trabalho, empresas privadas não gostam de indicar funcionários.
Há quatro juradas: Ileana Andrade de Mel, Jussara Fidélis Carvalho da Silva, Nilza Ávila Ribeiro e Roseli Rufino de Almeida. Todas são funcionárias públicas.
Funcionários que costumam acompanhar julgamentos no 2º Tribunal do Júri disseram que, teoricamente, mulheres são consideradas mais "benevolentes".
Os outros três jurados são Caubi Pereira Bastos da Silva, funcionário do Instituto de Resseguros do Brasil (empresa de capital misto), Jorge Brito Souza Filho, aeroviário, e Manuel Antônio dos Santos Bernardo, funcionário público.
Os jurados são escolhidos por sorteio entre 21 nomes indicados para participar dos julgamentos no 2º Tribunal durante o mês de maio. Estes 21 fazem parte de uma lista de 500 nomes publicada no final do ano passado.
Os 500 nomes iniciais são escolhidos pelo juiz a partir de listas fornecidas por empresas. O Tribunal exige que os indicados tenham reputação idônea.
Quem participa de um júri não recebe dinheiro, mas um atestado de prestação de serviços públicos e idoneidade moral e tem direito à prisão especial para crime comum.
Os jurados, que normalmente não se conhecem, podem ficar juntos dias e dias e têm autorização para conversar sobre qualquer coisa, menos sobre o que os levou ao Tribunal: o processo.
Antes do julgamento de Paula Thomaz, os 21 integrantes do grupo escalado para o mês de maio receberam um histórico do caso e foram questionados se tinham envolvimento com as partes.
Todos ficam à disposição da Justiça no mês em que estiverem escalados. Os sorteados para o julgamento dormem e fazem refeições no tribunal. A sala de um juiz foi adaptada para ser dormitório.
Só ontem, almoçaram no prédio do Tribunal 75 pessoas, incluindo funcionários da Justiça e seguranças. Bife à milanesa e frango eram as opções do cardápio.
O Tribunal não tem verba definida para um julgamento longo, como o de Paula Thomaz. O julgamento de apenas um dos acusados da chacina de Vigário Geral, no mês passado, custou R$ 7.000.

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