São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 1997
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Denúncias podem atrasar votação de lei

FRANCISCO CÂMPERA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quase houve briga na sessão de ontem da Comissão Especial de Telecomunicações da Câmara Federal. Os deputados Milton Temer (PT-RJ) e Domingos Leonelli (PSDB-BA) discutiram e quase partiram para a agressão física.
Temer tentou suspender a sessão alegando que ficariam sob suspeita os deputados que votassem a favor do relatório final da Lei Geral de Telecomunicações.
"É preciso que fique esclarecido o envolvimento de Sérgio Motta (ministro das Comunicações) na compra de votos antes da votação dessa lei", argumentou Temer.
O deputado se referia às denúncias publicadas ontem pela Folha, que envolvem Motta em suposta compra de votos pela reeleição.
Leonelli não gostou das observações de Temer e a discussão esquentou.
O presidente da comissão, Paulo Bornhausen (PFL-SC), acabou suspendendo os trabalhos, no final da tarde, para que os deputados participassem da sessão diária no plenário da Câmara.
Alberto Goldman (PMDB-SP) apresentou à comissão, na semana passada, o texto final da Lei Geral de Telecomunicações.
O relatório permite que as estatais de telecomunicações, as chamadas teles, sejam vendidas à iniciativa privada.
Propõe também a criação de uma agência para regulamentar e fiscalizar o setor.
O presidente da República, conforme o texto, nomeará os cinco membros, com mandato de cinco anos, responsáveis pela agência.
Para Goldman, o relatório garante a independência da agência, porque os membros não poderão ser demitidos após serem nomeados.

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