São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Termina rebelião em cadeia de SC

ANDRÉA DE LIMA
ROBERTO SAMORA

ANDRÉA DE LIMA; ROBERTO SAMORA
DA AGÊNCIA FOLHA

Terminou ontem, às 20h, com a libertação dos três últimos reféns, a rebelião dos cerca de 160 presos amotinados na Penitenciária Estadual de Florianópolis (SC), segundo a secretária-interina da Justiça e Cidadania, Hebe Nogara, 42.
"Os presidiários condicionaram a libertação dos três últimos reféns à aparição na televisão do preso Sérgio Augusto Mendonça, anunciando o fim do motim", afirmou Nogara.
A aparição pública significaria, segundo o detento, a garantia de vida dele e dos demais presos. A rebelião, iniciada na manhã da última terça-feira, durou 57 horas.
Sete reféns foram sendo libertados, desde anteontem à noite, em troca da transferência de 134 detentos para outras cadeias do interior catarinense.
Entre as reivindicações dos detentos atendidas estava o afastamento da direção da cadeia, acusada de irregularidades.
Desde o início do motim, várias faixas de protesto foram estendidas no telhado do presídio.
"Os presos acusaram funcionários da cadeira de maus-tratos e prática de torturas e funcionários da direção foram afastados", declarou o diretor da Administração Penal, Luiz Vanderlei Sala.
Segundo a Polícia Militar, as cadeias para onde os presos foram transferidos têm condições de recebê-los e sua segurança foi reforçada.
O primeiro grupo de 15 detentos foi para Curitibanos (SC), anteontem à noite.
A Secretaria Estadual da Justiça e Cidadania informou que, em seguida, saíram 21 para Joinville, cinco para Lages, 22 para Caçador, cinco para Orleans, cinco para Urussanga, cinco para Içara, cinco para Lauro Müller, 18 para Chapecó e 33 para Jaraguá do Sul.
Negociação
Uma comissão formada pelo juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais, Ruy Fortes Guerra, e por representantes das Polícias Civil e Militar, dos carcereiros, da OAB e da Secretaria da Cidadania e Justiça negociou ontem à noite com um grupo de presos a libertação dos últimos três reféns.
Os 294 presos que iniciaram a rebelião na última terça-feira renderam dez agentes penitenciários. Esta foi a segunda rebelião em menos de 48 horas na penitenciária. Em nenhuma delas houve registro de feridos.

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