São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997
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Rebelados mantêm três reféns

DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de 160 presos amotinados na Penitenciária Estadual de Florianópolis (SC) mantinham, até as 18h30 de ontem, três carcereiros como reféns. Sete reféns foram libertados em troca da transferência de 134 detentos para outras cadeias do interior catarinense.
Entre as reivindicações dos detentos atendidas estava o afastamento da direção da cadeia, acusada de irregularidades.
"O diretor Felipe Genovez e o chefe de segurança, Euclides da Silva, foram afastados. Os presos acusaram funcionários da cadeia de maus-tratos e prática de torturas", disse o diretor da Administração Penal, Luiz Vanderlei Sala.
Segundo Sala, uma lista de solicitações foi entregue pelos amotinados. "Eles fizeram um 'livro' de reivindicações. A situação é delicada, pois envolve reféns. Estamos atendendo aos pedidos paulatinamente", afirmou.
Uma comissão formada pelo juiz-corregedor da Vara de Execuções Penais, Ruy Fortes Guerra, e por representantes das Polícias Civil e Militar, dos carcereiros, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e da Secretaria de Cidadania e Justiça continuava negociando ontem à noite com um grupo de presos a libertação dos últimos três reféns. A rebelião, iniciada às 11h de terça, ainda não deixou ninguém ferido.
Itanhaém
Policiais militares encontraram, na noite de anteontem, estiletes, facas e pedaços de ferro em celas da Cadeia Pública de Itanhaém (litoral sul de São Paulo). Os objetos foram usados como armas durante uma rebelião de quatro horas e meia, iniciada às 14h40 de quarta.
O diretor da cadeia, delegado Osvany Zanetta, disse que não aconteceram transferências de presos e a cadeia, que tem 32 vagas, mantinha-se ontem com os mesmos 151 detentos do início do motim.
Não houve mortes durante a rebelião. O carcereiro Luiz Carlos Ricomini foi tomado como refém, mas não se feriu. Dois presos acusados de estupro foram torturados por outros detentos e sofreram ferimentos graves.
A rebelião terminou quando os detentos ameaçaram atear fogo a um dos dois presos torturados.
Nesse momento, segundo Zanetta, um dos policiais atirou para cima e os presos correram para as celas. A Polícia Militar, então, invadiu o pátio e o carcereiro fugiu da cela onde era mantido refém.

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