São Paulo, domingo, 18 de maio de 1997
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Valorização só atinge as casas térreas

Apartamentos perdem preço

DA REPORTAGEM LOCAL

O impacto causado pela transformação de uma região tranquila em um local barulhento é diferente em casas e apartamentos.
Enquanto os apartamentos têm desvalorização de até 30%, as casas chegam a valorizar até 50% com a mudança do perfil da região.
Isso acontece porque as casas costumam "trocar de função". Passam de residencial para comercial (mais valorizada), desde que o zoneamento permita.
Já um apartamento não pode ser transformado em um escritório ou um barzinho, por exemplo.
O bairro da Vila Madalena (zona oeste de São Paulo) ilustra bem esse tipo de transformação.
A região possui uma das maiores concentrações -iniciada há cerca de cinco anos- de bares, casas noturnas e restaurantes.
São 42 casas, de acordo com a relação publicada no "Guia da Folha SP" do dia 9 de maio.
Pólo 'descolado'
Muitas casas residenciais dão lugar a esse tipo de estabelecimento. Segundo Sandra Napoleão, 41, diretora comercial da imobiliária Camargo Dias, a Vila Madalena também virou pólo de empresas como estúdios de som e produtoras de vídeo.
As empresas não são afetadas durante o horário comercial, já que a agitação começa depois das 22h. "Não atrapalha o trabalho e fica em uma região badalada. Esse público gosta disso", diz Sandra, que comercializa uma média de oito casas por mês no bairro.
Demora
Os apartamentos, no entanto, são desvalorizados e demoram mais para serem comercializados.
"Já vi apartamento na avenida Rebouças que demorou um ano para ser vendido", diz Sandra, referindo-se ao barulho causado pelo tráfego intenso na região.
"Ninguém gosta de morar ao lado de um barzinho", diz Eurípedes Borges, 51, da Borges Consultoria Imobiliária. "Certamente vai haver baderna à noite, além do movimento natural de carros."
Segundo o "Guia da Folha SP", os bairros com maior concentração de bares, restaurantes e casas noturnas são Jardim Paulista (121), Pinheiros (52), Chácara Itaim (48) e Vila Madalena (42).
"Não tem como fugir. A cidade vai se alastrando", diz Borges.

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