São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Diadema teve dois mortos em 1990

ADRIANA BRUNO
DO BANCO DE DADOS

Os sem-teto Milton de Souza Frazão e Noraldino Ferreira Lima foram mortos durante a reintegração de posse de um terreno particular no Jardim Inamar, em Diadema (Grande São Paulo), em 11 de dezembro de 90.
Eles faziam parte de um grupo de 2.500 sem-teto que havia invadido a área em setembro do mesmo ano e foram mortos por tiros disparados por policiais militares que participavam da ação de reintegração.
O Comando de Policiamento Metropolitano na época afirmou que a Polícia Militar foi a responsável pelas mortes.
A área de 240 mil m2, conhecida como Vila Socialista, foi desocupada por cerca de 400 PMs armados e portando bombas de gás lacrimogêneo. Durante o confronto, outras 30 pessoas ficaram feridas, entre elas o vereador Manoel Boni, que teve uma das mãos decepada pela explosão de uma bomba de gás lacrimogêneo.
Na cidade de São Paulo, a última morte de sem-teto registrada em conflitos com a polícia ocorreu em 30 de março de 1987.
A Guarda Civil Metropolitana retirava cerca de 500 famílias de sem-teto de um terreno no bairro de Guaianazes quando o pedreiro Adão Manoel da Silva foi morto com um tiro na cabeça. Seis meses depois do ocorrido, a Guarda Civil Metropolitana foi responsabilizada pela morte de Silva.
Casarões
O casarão que pertenceu a Santos Dumont, na esquina das alamedas Nothmann e Cleveland, em Campos Elíseos (centro de São Paulo), permanece invadido por sem-teto desde o dia 9 de março.
O imóvel pertence à Secretaria da Cultura do Estado, que conseguiu liminar de reintegração de posse que condiciona o despejo dos sem-teto à construção de um alojamento ou albergue para eles.
No início de abril, cerca de 30 famílias invadiram três imóveis da USP (Universidade de São Paulo), também em Campos Elíseos.
A universidade fez um acordo com os sem-teto, que aceitaram pagar R$ 50 por cômodo utilizado até o mês que vem, quando a USP pretende vender os imóveis.

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